Juca Kfouri

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Itaquera festeja o hexa das Brabas

O calor em Itaquera influenciou mais uma vez para que as Brabas e as Soberanas fizessem mau primeiro tempo na decisão do Brasileirão.

Com 27º à sombra, e um sol para cada uma, as alvinegras e tricolores fizeram partida tecnicamente muito fraca até o intervalo, com o único gol, belíssimo por sinal, por cobertura, já nos acréscimos, do São Paulo, anulado por impedimento claro.

As corintianas pecaram demais por pura ansiedade, ao arriscar chutes e mais chutes de fora da área, nenhum na direção do gol.

As tramas habituais do time de pé em pé não aconteceram e poucas vezes o time fez jogadas na área das rivais, exceção feita às vezes em que, por erros de saída de bola, tiveram alguma chance.

Com muita gente no estádio, as Soberanas mais resistiram que atacaram — e precisavam de dois gols de diferença para levar a decisão à marca da cal.

Se entre às 10 e 11 horas o Majestoso correu tão pobre, mais perto do meio-dia a expectativa para o segundo tempo era de jogo ainda pior.

E inexistia razão para a decisão ser pela manhã, no calor e tempo seco do inverno paulistano, a não ser a grade da TV, desinteressada em levar ao ar um espetáculo de qualidade: Itaquera estava livre para receber o jogo à tarde.

Logo no começo do segundo tempo as Soberanas, com Camilinha, perderam a melhor oportunidade para abrir o placar e pressionar as Brabas.

As são-paulinas davam sinais de que jogariam com mais coragem, tudo ou nada.

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As Brabas, estreando uniforme bem mais bonito que o atual usado pelo Corinthians, seguiam irreconhecíveis, incapazes de levar perigo ao gol adversário.

Com o técnico Arthur Elias, as Brabas buscavam o gol independentemente de estar com vantagem na disputa, diferentemente de mero resultadismo como nesta manhã.

Até que, aos 19 minutos, numa rara jogada tramada, Jaqueline fez 1 a 0 de cabeça, ao receber também de cabeça, passe de Vic Albuquerque, em cruzamento de Yasmin, depois de bela jogada de Duda Sampaio.

O 4 a 1 no placar agregado garantia o sexto título brasileiro, o pentacampeonato seguido.

Com o 1 a 0 no marcador, Itaquera entrou em modo festa, independentemente do que viesse a acontecer, como até bola na trave corintiana, aos 40 minutos, diante de mais de 44 mil torcedores, novo recorde sul-americano no futebol de mulheres.

E, aos 44, em contra-ataque armado por Gabi Zanotti, Carol Nogueira ainda fez o 2 a 0,

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Como o bom senso é algo em falta na arbitragem brasileira, a assopradora de apito deu desnecessários oito minutos de acréscimos e o VAR ainda paralisou o jogo por um tempão, no último minuto, para expulsar Robinha, do São Paulo. Entre mulheres e homens, o VAR faz questão de aparecer.

As Brabas seguem imbatíveis no estádio, com 24 vitórias em 25 jogos.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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