Gerson joga pelo Flamengo inteiro e salva a pele de muitos
O Maracanã com a Nação brava não é nenhuma novidade, nem nos últimos tempos.
Vazio é. Apenas 26 mil pagantes.
Para sorte do hostilizado Tite, muitos rubro-negros resolveram protestar pela ausência.
No gramado, o milionário Flamengo, eliminado da Libertadores pelo financeiramente modesto Peñarol, encontrou-se com o Athletico Paranaense, goleado e eliminado da Copa Sul-Americana pelo Racing.
Juntavam-se a fome de um para permanecer no G4 com a fome do outro em se afastar da Z4.
Os visitantes adorariam empatar, o que seria desastroso para os anfitriões.
Para adoçar pelo menos um pouco a boca da Nação, Tite escalou Alcaraz e Gabigol como titulares.
De La Cruz, Dom Arrascaeta e Bruno Henrique ficaram ao seu lado, no banco.
O primeiro lance perigoso, embora o Flamengo pressionasse desde o primeiro minuto, aconteceu aos 7, quando Thiago Heleno evitou, em cima da linha, o gol de Léo Ortiz.
O segundo, aos 13, veio em cobrança de falta por Cuello, desviada por Rossi a escanteio.
Gerson destoava dos demais ao botar o jogo embaixo do braço e comandar o Flamengo.
E só aos 36 minutos houve outra jogada mais perigosa, com boa defesa de Rossi em arremate de Zapelli.
Gabigol, em impedimento, perdeu dois gols feitos não estivesse ele adiantado, aos 18 e aos 39 minutos, porque nem impedido o rapaz tem sido de botar a bola na rede. Que coisa!
Ah, sim, ele conseguiu tomar cartão amarelo por confusão com Mateo Gamarra, nenhum parentesco com o também paraguaio, e extraordinário zagueiro, Carlos Gamarra, que passava meses sem fazer uma falta.
Então Gerson se encheu e encheu também o pé para proporcionar boa defesa de Mycael.
Canobbio lutava feito leão e o intervalo chegou para o Maracanã vaiar com moderação.
Recomeçado o jogo, antes do 40° segundo Pablo perdeu, também em impedimento, grosseiramente, oportunidade clara de gol, porque é outro que parece ter perdido o caminho. Que fase!
Não faltava luta no jogo, faltavam ideias, jogadas combinadas, criatividade e, sobretudo, gols.
Aquilo de sempre do lado carioca, arame liso, monótono.
Do lado paranaense, o óbvio: não correr riscos.
Aos 16, Dom Arrascaeta, Bruno Henrique e Alex Sandro dentro e Plata, Ayrton Lucas e Alcaraz fora.
A Nação aplaudiu, como se quisesse acordar.
Quando o segundo tempo chegou à metade havia duas possibilidades: de uma hora a retranca ser vencida ou não ser, porque o Flamengo só dominava, mas não ameaçava de fato a meta paranaense.
Léo Pereira e De La Cruz foram as últimas trocas, aos 30, nos lugares de David Luiz e Matheus Gonçalves.
Como se fosse castigo, Tite mantinha Gabigol, em quem, diga-se, a bola não chegava, nem ele ia buscá-la.
O Furacão também mexeu para manter a retranca e, quem sabe, tentar um contra-ataque, embora não fizesse questão. Questão mesmo fazia de levar um ponto para Curitiba.
Aos 32, Alex Sandro pôs a bola na cabeça de Gabigol que a mandou nas alturas, sem direção.
Gerson entregava redonda e Pulgar, quadrada. Irritante, para dizer o mínimo.
O Flamengo saía do G4, o São Paulo entrava e, aos 40, além de Tite ser mandado tomar caju, o time era chamado de sem vergonha.
Então, aos 44, bola na cabeça de Gerson, posta por Wesley, e o homem-esquadra deu a vitória para o Flamengo por 1 a 0.
Por enquanto, ao menos, Gerson salva a pele de muitos, de Tite entre estes, mas não só. Porque tem muitos jogadores que chegaram ao fim do ciclo rubro-negro.
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