Juca Kfouri

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Botafogo dá show no segundo tempo e liquida o Peñarol

Com dois minutos no Nilton Santos o tempo fechou entre jogadores do Botafogo e do Peñarol, imitando o que havia acontecido no Recreio dos Bandeirantes e com o ônibus uruguaio ao chegar ao estádio, motivo do atraso de 15 minutos para o começo do jogo de ida da semifinal da Libertadores.

Torcedores cafajestes e valentões existem em todos os países.

Jogadores pouco profissionais são mais comuns destes lados do mundo.

Aos 12 minutos, Luiz Henrique, agora oficialmente investigado pela Justiça espanhola por suspeita de envolvimento em apostas, levou o primeiro cartão amarelo por deixar o braço no rosto de um adversário.

Ainda não havia nem uma notícia boa em torno do jogo.

A primeira aconteceu aos 24 minutos, quando John evitou gol uruguaio.

A nova má notícia era a de que o Peñarol jogava melhor.

E o primeiro tempo terminou com enorme decepção pela atuação do Glorioso.

Só Luiz Henrique jogava quase o que pode, capaz de causar a única defesa importante de Aguerre, já nos acréscimos.

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O Peñarol, é claro, desfrutava a noite agradável para seus desígnios.

Artur Jorge não estava nada feliz e Diego Aguirre disfarçava sua alegria com ar circunspecto.

O Botafogo começou o segundo tempo on fire (para agradar John Textor) e Savarino soltou uma bomba de fora da área para defesa parcial do goleiro e Luiz Henrique aprontar um salseiro na área uruguaia.

Aos 51, Luiz Henrique, como joga!, enfiou um passe precioso nas costas da zaga e Savarino cavou para abrir o placar: 1 a 0. Era outro jogo.

O Nilton Santos pegou fogo.

E abriram-se as portas do inferno para o Peñarol.

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Aos 54, Marlon Freitas deu uma pancada de fora da área e Aguerre mandou a escanteio.

Na cobrança por Savarino, a bola desviada pela cabeça de Igor Jesus sobrou para Barboza dominar com frieza e fazer o 2 a 0, ainda aos 54.

Grogue, o Peñarol, viu Savarino fazer o 3 a 0 ao receber de Vitinho na linha do fundo, com a inestimável colaboração do goleiro, aos 59.

Pintava a final alvinegra entre o Glorioso e o Galo no Monumental de Núñez.

Não será melhor fazê-la no Mané Garrincha?

Afinal, numa cidade criada por um mineiro e no estádio com o nome de um botafoguense.

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O Peñarol passou a jogar em modo administração de danos e tentava provocar alguma expulsão.

Luiz Henrique barbarizava.

Se há uma pequena, mínima, quase inexistente dúvida sobre a classificação mineira, a carioca está mais que garantida porque o Peñarol não é o River Plate.

E para coroar exibição exuberante, de pé em pé desde a defesa, Luiz Henrique estabeleceu a goleada ao cavar brilhantemente para fazer 4 a 0, aos 73.

Pensando no Brasileirão, no domingo, em Bragança Paulista, Tiquinho Soares e Danilo Barbosa entraram nos lugares de Luiz Henrique e Gregore.

O Botafogo só não dava olé para não levar pontapé.

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Mas empilhava gols.

Igor Jesus também fez o dele, de cabeça, em rebote do goleiro depois de finalização de Savarino, numa jogada iniciada por ele mesmo, Jesus, aos 79.

Único carioca sem Libertadores, também o único dos 12 mais tradicionais clubes brasileiros sem o título continental, o Glorioso está a 90 minutos de acabar com a escrita.

Oscar Romero e Mateo Ponte nos lugares de Igor Jesus e Vitinho, aos 81.

Marçal ainda entrou no lugar Alex Telles.

Sim, para quem é mais vivido, uma exibição à altura de Nilton Santos, Didi, Mané, Quarentinha, Amarildo, Zagallo, ou de Rogério, Gérson, Jairzinho, Roberto Miranda e Paulo César Caju, diante de 43 mil torcedores.

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Viva!

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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