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Reportagem

Tempestade de água, chuva de gols e decepção em Itaquera

5 minutos em Itaquera embaixo de chuva forte.

O goleiro Arias do Racing repõe a bola em jogo em ligação direta.

Cacá sobe com atacante argentino e cabeceia para trás, onde Salas entra livre, sem pedir licença, sob a educada permissão de Fagner, e encobre Hugo, adiantado, com muita categoria. Um golaço de gelar a espinha da Fiel.

Ensopada no Palácio de Mármore, a Fiel fez a única coisa que lhe restava: cantou, gritou e incentivou.

Memphis jogava bem, muito bem e, aos 11, enfiou um passe tão bonito, mas tão bonito, depois de se livrar de cinco rivais, para Yuri Alberto que ao centroavante sobrou apenas retribuir com a mesma beleza, ao cavar e empatar 1 a 1.

Aos 18, Arias fez milagre em cabeceio de André Ramalho e cruzamento de Memphis.

A resposta veio com Fagner que, dois minutos depois, quase marcou contra em raspada de taco.

Difícil entender os Díaz: contra o Flamengo, com dez, a dupla deixou o lateral, que apoia bem, no banco.

Diante do Racing, com 11, e ataque poderoso, escala o veterano que marca mal.

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Na metade do primeiro tempo, Martinez se machucou e Romero o substituiu.

Do jeito que o volante venezuelano saiu, amparado, será desfalque certo contra o Cuiabá, o jogo mais importante, na segunda-feira, na Arena Pantanal.

Aos 30, a chuva virou temporal e o Racing começou a se sentir mais à vontade.

O gramado resistia bravamente e, aos 34, Yuri Alberto recebeu de Garro, no bico esquerdo da área, cortou para dentro e soltou um míssil de esquerda para virar o placar: 2 a 1.

Arias ficou vendido no lance, tamanho o aguaceiro, tamanha a força da bola.

Aos 35 se viam poças d'água no tapete de Itaquera.

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O jogo já não era o mesmo e qualquer descuido seria fatal.

A bola começou a parar nas poças e divididas mais ríspidas começaram a acontecer em jogo que era disputado lealmente e sem frescuras de ambos os lados.

Em dez anos da casa alvinegra, era difícil lembrar de jogo com o gramado tão encharcado.

E o primeiro tempo terminou com o alvinegro na frente e Charles meio vivo, meio morto.

O segundo começou com chuva menos forte e o gramado sem poças.

Frio e organizado, embora pouco perigoso, o Racing foi à luta.

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E aos 54 minutos empatou em grande jogada de Martirena ao se livrar de três corintianos, o primeiro deles, Garro, com direito à caneta, tabela e chute molhado para vencer Hugo.

Por pouco, em seguida, não fosse Hugo, a virada não aconteceu.

O Racing voltou a predominar e Alex Santana substituiu Charles, aos 58.

O Corinthians empatava mais uma em casa, oito vezes no Brasileirão em 15 jogos como mandante, mais um na semifinal com o Flamengo e outro agora.

Mas havia tempo para vencer. (E para perder).

Aos 20 minutos do segundo tempo o Corinthians não havia finalizado nenhuma vez entre as traves.

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O melhor corintiano era o peruano Carrillo e o argentino Garro tirou lasca do travessão, aos 66.

O Racing não ficaria chateado se levasse o empate para o El Cilindro, com capacidade de 55 mil pessoas, em Avellaneda, mas não se limitava a defendê-lo.

Bidon, Coronado e Matheuzinho no jogo, aos 73, porque era nítida a queda física do Corinthians, e Carrillo, Garro e Fagner saíram diante de mais de 42 mil torcedores.

A velha catimba se fez presente e a cera brilhava no tapete encharcado de Itaquera à medida que o tempo passava e nova decepção ameaçava a Fiel, embora em outra atuação aceitável do time, sem o resultado pretendido.

Aos 87, na pequena área, Romero mandou a vitória por cima do gol.

Seis minutos de acréscimos foi o preço das substituições e da cera. Pouco.

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Arias evitou o gol de Alex Santana, aos 95. E Memphis quase fez, aos 96. E acabou.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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