Os cariocas mandam na CBF?
Durante anos havia quem dissesse, e há ainda hoje, que a CBF tinha de sair do Rio de Janeiro, mudar para Brasília, porque os cariocas mandavam nela.
Uma bobagem como outra qualquer, como se fosse a localização da sede a razão do mandonismo e da corrupção na entidade.
Pois bem.
Desde que Ricardo Teixeira, que é mineiro, foi forçado a renunciar da presidência, denunciado pelo Fifagate, foi sucedido apenas por não cariocas: pelos paulistas José Maria Marin, Marco Polo Del Nero, Rogério Caboclo, pelo paraense Coronel Nunes e pelo baiano Ednaldo Rodrigues, o atual presidente que acaba de conseguir mudar o estatuto da CBF para se reeleger.
Entre 1927 e 1933, Renato Pacheco, gaúcho, a presidiu, assim como outro gaúcho, Rivadavia Corrêa Meyer, por lá reinou entre 1943 e 1955, sucedendo outro gaúcho, Luís Aranha.
Até um brasiliense, José Perdiz, por um mês, interinamente, presidiu a Confederação, entre 2023/2024.
Ou seja, a CBF já teve presidente do Sul, do Sudeste, Centro-Oeste, Norte e do Nordeste e nem por isso, com raros momentos de luz, como sob o carioca Giulite Coutinho, entre 1980 e 1986, foi bem comandada.
Verdade que os cariocas predominaram com 15 dos 25 presidentes e que tanto os gaúchos como o mineiro que presidiram a CBF tinham mais ligações com o Rio do que com seus estados natais.
Mas o problema nunca foi de berço, sempre foi estrutural, com o voto predominante das federações, que dependem de mesadas do organismo central.
Tanto que a mudança do estatuto foi aprovada por unanimidade, com federação estadual como a paulista, que não depende da CBF, também de acordo.
Os clubes, incapazes de fazer a Liga, são tão responsáveis como as federações.
E a vida seguirá medíocre e repleta de maus hábitos.
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