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Opinião

Vini Jr. terá trabalho extra nas férias

POR ANTONIO CARLOS SALLES*

Sabe-se agora, que três improváveis países no mundo do futebol, tiveram especial influência ao não reconhecer o talento de Vinicius Jr. na eleição da Bola de Ouro 2024, evento da revista France Football, que o organiza há 67 anos.

O feito teve impacto na eleição final, que consagrou o meio-campista do Manchester City, Rodrigo Hernández Cascante, conhecido apenas como Rodri, ótimo jogador e decisivo ao marcar o gol da vitória na final da Champions League 23/24 contra a Inter, de Milão, em jogo único.

Os jornalistas esportivos Bruno Porzio (El Salvador), Juha Kanerba (Finlândia) e Sheeferm Nikodemus (Namibia), não viram razão para elencar o craque do Real Madri nem entre os 10 melhores em atuação no futebol mundial.

Essa decisão pesou na contagem final de votos.

Pior, não viram os jogos das semifinais da Champions este ano e muito menos a final, quando Vini Jr. foi decisivo e marcou 3 gols na somatória dos jogos contra os times alemães Bayern Munique e Borússia Dortmund, respectivamente.

Pobres jornalistas.

Não sei a que tipo de cobertura esportiva se dedicam. Mas, certamente, não é futebol.

Com esse dado importante revelado pela própria revista, não há outra coisa a fazer que não seja ao "staff" de Vini Jr. repensar sua programação de férias.

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Visitas à Helsinki, Windhoek e San Salvador, pela ordem, as capitais dos países, com o aparato de entrevistas, visitas a escolas, fotos com criancinhas e autoridades, entre outros eventos, já se sabe, serão críticos à próxima eleição da France Football.

Apenas jogar futebol e ser decisivo, aplaudido mundo afora, definitivamente não conta para a trinca de jornalistas esportivos.

Mas um breve olhar sobre o futebol nestes países, pode dar pistas sobre a cobertura que imprensa faz do mundo dos craques.

Na Finlândia, o principal esporte é o hóquei no gelo. Na Namíbia, o futebol é tão sem prestígio algum, que a COSAFA é uma subdivisão da CAF, Confederação Africana de Futebol, e abriga países como Zâmbia, Malawi, Seychelles e Madagascar, cuja maior lembrança remete aos filmes sobre animais que fogem do zoológico de Nova Iorque e reaparecem na paradisíaca ilha.

Já El Salvador está nas estatísticas da FIFA por conta da goleada que tomou da Hungria na Copa do Mundo de 1982, na Espanha.

Um sólido 10 a 1 para os húngaros.

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Portanto, se a equipe da France Football que organiza a votação da Bola de Ouro admite que jornalistas esportivos de países pouco afeitos à prática do futebol votem, "azar da Bola de Ouro", diria o jornalista esportivo Fernando Calazans, autor dessa tirada célebre.

*Antonio Carlos Salles é jornalista.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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