Juca Kfouri

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Opinião

O que você precisa saber sobre o impeachment de Augusto Melo

Em primeiro lugar é preciso deixar claro que o processo de impeachment de Augusto Melo não pode ficar na dependência do inquérito da polícia sobre o caso Vai de Bet e o laranjal em torno dele.

Até porque há uma juíza no meio do caminho que tem agido com estranha lentidão para dar andamento aos pedidos seja de quebra de sigilo bancário, que alguns bancos teimam em não entregar, seja de envolvidos na lambança feita pela direção corintiana.

Augusto Melo não cumpriu quase nada do que prometeu na campanha e já deu motivos mais que suficientes para responder por má gestão.

Condicionar a avaliação de sua gestão ao inquérito não passava de falso argumento de Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo, no intuito de ter Melo sob seu controle.

Tuma assim procedia para manter Melo ameaçado caso segurasse Fred Luz como executivo e, como não obteve a cabeça do consultor, resolveu botar o impeachment em discussão.

Por ironia, o primeiro ato aparentemente corajoso de Melo pode custar seu ruinoso mandato.

Do mesmo modo que o processo não deve depender da lentidão da Justiça, o desempenho técnico do time não pode ser usado como argumento.

Escapar do rebaixamento ou obter vaga na pré-Libertadores e Copa do Brasil está longe de justificar protelações.

Verdade que os resultados do futebol têm o condão de alterar humores e avaliações políticas.

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Assim como Dilma Rousseff foi impedida porque perdeu popularidade na esteira de campanha massacrante, seria desproporcional impedir Melo por mau desempenho do time.

Os motivos reais para o impeachment são de outra ordem e envolvem até organização criminosa dentro Corinthians.

É para isso que os nobres conselheiros devem atentar, algo tão grave que extrapola as divergências políticas de grupos dentro do clube.

O Corinthians precisa de uma limpeza ampla, geral e irrestrita, precisa de novos ares, de gente sem os vícios que contaminaram o ambiente alvinegro nos últimos anos, da Máfia russa representada pela famigerada MSI, que deu um Campeonato Brasileiro, em 2005, e redundou no rebaixamento, dois anos depois, até agora.

Nas mãos de gente atualizada, antenada com novos modelos de gestão esportiva, a torcida pode mais que pagar o estádio, pode comprar o futebol do clube, via Bolsa de Valores.

Não será com a velha cartolagem, nem com marginais.

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Urge mudar o destino de uma religião que mobiliza tantos sentimentos positivos, que alimenta esperanças e que produz, para milhões de pessoas, às vezes, as poucas alegrias de que podem desfrutar.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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