Juca Kfouri

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Reportagem

Cruzeiro joga só no segundo tempo e Racing ganha a Sula com justiça

De longe, pela TV, friamente, a linguagem corporal dos dois times que decidiam a Copa Sul-Americana denunciava desde o início o que seria o jogo: o Racing parecia dono do clássico e o Cruzeiro atemorizado.

E não demorou três minutos para os argentinos fazerem o gol anulado pelo VAR por impedimento milimétrico, em bola que passou entre Cássio e a trave.

A saidinha brasileira era facilmente interrompida e numa dessas, em erro infantil de Walace, aos 15, Martirena viu Cássio adiantado e marcou um golaço no estádio Nueva Olla, tomado, com maioria azul e branca portenha.

Quis cruzar, quis finalizar? Importa nada. Fez 1 a 0.

Riquelme, pelo Boca Juniors, em 2013, fez gol idêntico no goleiro, no Pacaembu, pela Libertadores.

Poucos minutos depois, apenas cinco, bola cruzada da esquerda passa ao alcance de Cássio, rasteira, não pequena área, e termina nos pés de Martínez para fazer 2 a 0.

Desenhava-se uma goleada, como se um time de adultos enfrentasse um de meninos.

Doía pensar em Tostão, Dirceu Lopes, Zé Carlos, Raul Plassmann , Fábio, Alex, Sorin, vendo a final.

Ainda aos 30 minutos Fernando Diniz tirou Walace e pôs Lucas Silva na fogueira. Literalmente, porque fazia calor em Assunção, no Paraguai, 34º com sensação térmica de 40°.

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Também por isso, o Racing tirou um pouco pé até o final dos escaldantes 51 minutos iniciais, quase sem correr risco algum, suavemente, a melhor oportunidade mineira com o argentino Villalba, aos 45, bem defendido por Arias.

Diniz teria de inventar a roda no intervalo para virar o jogo.

Acontece que ela já mudou os caminhos da humanidade mais de 5 mil anos atrás e Gustavo Costas, o treinador portenho, não estava disposto a ser atropelado.

Mas Matheus Henrique e Kaio Jorge estavam disposto a atropelar

E atropelaram aos 7 minutos.

Uma jogada espetacular de Matheus Henrique culminou com cabeceio do centroavante defendida parcialmente por Arias que foi incapaz de pegar o rebote: 2 a 1.

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Tinha jogo, enfim!

O Cruzeiro foi para cima e começou a fazer Arias trabalhar.

O começo apequenado do Cruzeiro na decisão cobrava seu preço, mas o Cruzeiro reagia e dava esperanças em busca do empate.

Lautaro Diaz e Barreal foram para o jogo, aos 75, nos lugares de Gabriel Veron e Lucas Romero.

Em seguida, Barreal lançou Lautaro e se Arias não sai da área o Cruzeiro teria empatado.

Aos 85, Marlon deu lugar ao garoto Kaique Kenji.

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O Cruzeiro estava determinado a mostrar que existe um grande clube na cidade e até já fazia por merecer o segundo gol.

Apenas cinco minutos de acréscimos era pouco, mas foi o determinado.

Aos 94, Salas desperdiçou o 3 a 1, e ainda aos 94, Roger Martinez fez o 3 a 1.

O Racing é o campeão da Sul-Americana com méritos, e o Cruzeiro não viverá para se arrepender da timidez no primeiro tempo.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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