O aval de Bolsonaro a conselho com Deco, Dorival Jr e o presidente do Bahia
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Quase um ano e nove meses depois de começar, o governo Jair Bolsonaro (sem partido) finalmente nomeou o novo conselho (plenário) da Apfut (Autoridade de Governança Pública do Futebol), colegiado que confirma, por exemplo, punições a clubes quer não estejam cumprindo as contrapartidas do Profut, a lei de responsabilidade fiscal do futebol — os nomes saíram no Diário Oficial desta segunda-feira (27).
A demora ocorreu, principalmente, porque houve três trocas na presidência da Apfut durante a gestão de Bolsonaro, que assumiu em janeiro de 2019. Quando um presidente alinhava nomes para o plenário, tudo mudava. O blog apurou que havia também a necessidade de que houvesse a aprovação do Planalto principalmente para os escolhidos ligados ao mundo esportivo, o que travou algumas escolhas.
Entre os nomeados como titulares para cargos não remunerados estão o ex-jogador Deco, como representante dos atletas, o técnico Dorival Júnior, o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, o ex-árbitro Renato Marsiglia e a ex-nadadora Fabíola Molina. Ela entrou como representante do Ministério da Cidadania, onde tem cargo na pasta em que a Apfut também está alocada, mas dentro da Secretaria Especial do Esporte.
A nomeação do plenário chega pouco depois do novo presidente da Apfut assumir, como revelou o blog em junho: Thiago Brejeiro Fróes, especialista em marketing esportivo com passagem pela Adidas, é o quarto presidente da Apfut sob o governo Bolsonaro. Ele é próximo do secretário especial do Esporte, Marcelo Magalhães, que foi agente de esportistas, como as gêmeas do nado sincronizado Bia e Branca Feres, que tinham contrato com a Adidas.
O conselho é formado em momento de expectativa da cartolagem sobre pedido para pausa no pagamento das parcelas do Profut por causa da crise econômica causada pela pandemia do coronavírus. O projeto foi aprovado na Câmara, mas está parado no Senado.
A última reunião do conselho da Apfut foi em dezembro de 2018, ainda sob a presidência de Michel Temer (MDB). Em fevereiro de 2019 os membros tiveram os mandatos encerrados e, desde então, se aguardava a nomeação dos substitutos. A Apfut trocou de presidente duas vezes em 2019, primeiro saindo André Argolo e assumindo Luiz André de Figueiredo Mello e depois com a entrada de Benny Kessel, especialista em ciências contábeis e antigo coordenador de fiscalização e controle da própria Apfut. Kessel foi exonerado em março de 2020 dando espaço para Thiago Fróes assumir.
A configuração do conselho da Apfut mudou um pouco no novo governo por causa de fusões de ministérios feitas por Bolsonaro. Originalmente a Apfut tinha membros dos Ministérios da Fazenda, Planejamento e Esporte, mas agora tem representantes da Economia (Gustavo Andrade Manrique), da Cidadania (André Alves, Fabíola Molina e Ronaldo Lima dos Santos) e da Secretaria da Presidência (Humberto Fernandes de Moura).
Molina, que é secretária nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social terá como suplente outra atleta, a ex-ginasta Luisa Parente, que comanda a Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem, a ABCD. O suplente participa das reuniões caso o titular não possa comparecer.
O ex-jogador Deco, que será o representante titular dos jogadores de futebol na Apfut, terá como suplente o ex-zagueiro Ricardo Rocha. Guilherme Bellintani terá como suplente o presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, enquanto o técnico Dorival Júnior terá como substituto Vagner Mancini.
Entre os representantes dos árbitros, o suplente de Renato Marsiglia, que se aposentou dos comentários de futebol em 2018, é o também ex-árbitro Gutemberg de Paula Fonseca, que é ligado ao senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente. Para representar as entidades de fomento ao desenvolvimento do futebol brasileiro foi escolhido o executivo Thiago Scuro, hoje CEO do Red Bull Bragantino, mas que foi indicado por trabalho em outras instituições. Seu suplente será Pedro Daniel, hoje diretor-executivo da consultoria EY.
O Profut, a lei de responsabilidade fiscal do futebol, foi sancionado em agosto de 2015 ainda no governo Dilma Rousseff (PT). Deu às entidades esportivas, principalmente a clubes de futebol de alto rendimento, a possibilidade de parcelar dividas fiscais em 20 anos e com juros camaradas, mas com contrapartidas exigidas, como não ter dívidas em folhas salariais, limitar o gasto com departamento profissional em 70% da receita bruta e investir em futebol feminino. Dos 12 clubes de maior orçamento do país, somente o Palmeiras ficou fora por opção.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.