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Marcel Rizzo

Sem torcida, Flamengo lidera prejuízo de clubes na 1ª rodada do Brasileirão

Flamengo de Gabigol foi derrotado pelo Atlético-MG na estreia do Brasileirão - GettyImages
Flamengo de Gabigol foi derrotado pelo Atlético-MG na estreia do Brasileirão Imagem: GettyImages

Colunista do UOL

12/08/2020 11h00

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Que a proibição de público em jogos de futebol por causa da pandemia daria prejuízo aos clubes era conhecido, mas o Campeonato Brasileiro que começou no final de semana passado vai escancarar isso. Somente em quatro jogos da primeira rodada da Série A os mandantes acumularam R$ 374.289 de gastos somando o resultado dos borderôs dessas partidas. Com zero de receita.

O Flamengo não faturou nada, sem venda de ingresso e sem operação do jogo (bares, lojas, etc), para R$ 183.311,10 de despesas na derrota de 1 a 0 para o Atlético-MG no domingo (9). Se a média for mantida, e não houver torcedores nos estádios até fevereiro, quando está previsto o fim do Brasileiro, o clube do Rio acumularia prejuízo de quase R$ 3,5 milhões nos 19 jogos como anfitrião.

E a primeira rodada teve seis partidas — quatro foram adiadas, três por conflito de datas com o fim de Estaduais e uma pela contaminação de jogadores do Goiás, que não puderam enfrentar o São Paulo. O borderô de Santos 1 x 1 Red Bull Bragantino ainda não foi divulgado e o de Sport 3 x 2 Ceará está incompleto, sem gastos com arbitragem ou exame antidoping. Na súmula, inclusive, a árbitra Edina Alves Batista registrou que não foi ressarcido pelo clube de Pernambuco as passagens aéreas da equipe de arbitragem.

Na partida do Maracanã, o Flamengo teve gastos de R$ 21.700 com a arbitragem, R$ 35 mil de contas de consumo, R$ 55.693 de despesa operacional do estádio, quase R$ 4 mil para o exame antidoping, entre outros. Fortaleza, Coritiba e Grêmio tiveram gastos semelhantes, com a diferença de valores. O clube cearense gastou na derrota para o Athletico (2 a 0), no sábado (8), R$ 73.566,32, R$ 20 mil somente de aluguel do Castelão, que pertence ao governo estadual.

Em Porto Alegre, o Grêmio teve prejuízo de R$ 67.380,18 na vitória de 1 a 0 sobre o Fluminense, no domingo, e no Paraná o Coritiba desembolsou R$ 50.021,41 na derrota de 1 a 0 para o Internacional. Os paranaenses foram os únicos que separaram o valor gasto em testes da covid-19, R$ 750 — os demais acrescentaram esse dado a "outros" ou em "despesas operacionais".

Não há previsão de que torcedores voltem a frequentar os estádios e dificilmente isso ocorrerá antes de uma vacina estar à disposição das pessoas, o que não tem data para ocorrer. O Flamengo, por exemplo, previu em seu orçamento de 2020 mais de R$ 100 milhões em receitas com venda de ingressos e operação do Maracanã. Além desse dinheiro não entrar, o clube ainda terá que arcar com as despesas da partidas como normalmente faz.