Libertadores diverge do Brasileiro e atleta positivo por Covid não jogará
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A Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) pretende manter em seu protocolo médico que um jogador que testar positivo para Covid-19 no teste PCR não poderá entrar em campo pela Libertadores ou pela Sul-Americana. Isso poderá fazer com que um mesmo atleta possa atuar no Brasileirão, com base em novo entendimento da CBF, mas não nos torneios sul-americanos em uma mesma semana.
A confederação brasileira criou novo protocolo em que um atleta poderá atuar mesmo se testar positivo para o novo coronavírus, desde que sua contaminação tenha ocorrido dez dias antes. Isso é baseado em norma do CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos Estados Unidos, que diz que após um exame PCR positivo o isolamento de dez dias é suficiente para que o paciente não seja mais um transmissor da doença.
Com base nisso, a CBF liberou quatro jogadores do Atlético-GO para enfrentar o Flamengo na noite de quarta (12), mesmo com resultado positivo do PCR em exames recentes. Segundo o estudo norte-americano, a presença do vírus pode permanecer ainda por dias e aparecer em testes, mas isso não fará com que a pessoa possa infectar outra ou que de fato esteja doente.
A Conmebol não avalia atualizar o seu guia médico com base no estudo norte-americano. O blog apurou que é mais complicado qualquer mudança para os torneios sul-americanos porque é preciso aval das dez confederações e alguns países têm tratado os cuidados contra a Covid-19 com maior rigor.
O protocolo da Conmebol prevê que qualquer jogador positivado pelo PCR não pode treinar ou jogar — PCR é o exame feito com retirada de material da garganta e do nariz e que detecta se o vírus está naquele momento no corpo da pessoa. O documento prevê algumas situações e em todas que o PCR dá positivo o profissional está fora da partida, diferente da nova diretriz da CBF. E mesmo com PCR negativo, mas com o anticorpo IgM presente no corpo, a Conmebol também tira o atleta do confronto.
Os anticorpos IgM e IgC aparecem no sangue dos infectados e mostram que o paciente já teve contato com o coronavírus que causa a Covid-19. Mas há uma diferença: os anticorpos de fase aguda da doença, que são os IgM, surgem em torno do 10º dia de sintomas. Já os anticorpos do tipo IgG são produzidos posteriormente pelo organismo e geralmente aparecem a partir do 15º dia de contágio, já fora do período em que o portador do vírus ainda transmite a doença, segundo estudos.
Pelo protocolo da Conmebol, se um jogador testar negativo para o PCR e para o anticorpo IgM (no teste sorológico), ele pode atuar mesmo se tiver positivo para IgC, já que este pode ficar por um tempo maior no corpo da pessoa.
A Conmebol exigirá que os clubes enviem 24 horas antes de viajar, para caso de times visitantes, os resultados dos exames PCR de todos os membros da delegação — o time mandante pode remeter até um dia antes do horário do confronto. Com um detalhe: o PCR tem que ter sido feito até cinco dias antes. Ou seja, se der positivo mesmo para um atleta que já tenha testado positivo semanas antes, ele não poderá jogar, diferentemente do modelo da CBF.
Além disso, a Conmebol fará testes rápidos em todos os integrantes das duas equipes, com no mínimo 12 horas para o começo da partida. Dependendo do resultado, com o IgM positivo por exemplo, o jogador também ficará fora e terá que ser isolado dos companheiros.
A Libertadores tem previsão de volta em 15 de setembro, com sete brasileiros (Flamengo, Palmeiras, São Paulo, Santos, Grêmio, Inter e Athletico) e a Sul-Americana em outubro com dois (Bahia e Vasco).
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