PF chega a suspeito de usar nome de Neymar em auxílio emergencial de R$ 600
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A Polícia Federal cumpriu nesta terça-feira (27) em Fortaleza (CE) mandado de busca e apreensão no endereço de um homem suspeito de fraudar o recebimento do auxílio emergencial criado pelo governo federal por causa da pandemia. Entre os CPFs usados no esquema está o do atacante Neymar.
Em junho, o UOL Esporte publicou que o documento do jogador do PSG havia sido utilizado para a abertura de uma conta para recebimento do auxílio de R$ 600, pago pelo governo federal como ajuda a pessoas em situação de risco devido à crise econômica causada pela pandemia da Covid-19. Há pré-requisitos para o recebimento, como não ter renda fixa, portanto o jogador obviamente não se enquadra no perfil.
Na época, a assessoria do atleta disse que "evidentemente o jogador jamais solicitou o benefício, e desconhece quem possa tê-lo feito". A nota ainda informava que "os representantes do jogador desconheciam a existência da solicitação até serem contatados pela reportagem". O pedido, na ocasião, aparecia como em "avaliação".
Investigação da Polícia Federal mostrou que não somente o CPF de Neymar, mas de outras personalidades acabaram usados para a tentativa de aprovar o auxílio, que é depositado mensalmente pelo governo federal em uma conta especial aberta na Caixa Econômica Federal. As primeiras cinco parcelas foram no valor de R$ 600 e outras quatro de R$ 300 serão pagas até dezembro.
Houve tentativa de abertura de pedido de auxílio no nome do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do dono da rede de lojas Havan, Luciano Hang. A Polícia Federal informou que o investigado, que não teve a identidade revelada, "abriu diversas contas utilizando-se do nome de personalidades, inclusive com o objetivo de cadastrar e receber o auxílio emergencial, cujas parcelas foram por ele sacadas". A PF não informou se houve saque em contas abertas com os documentos dessas pessoas públicas.
O Ministério da Cidadania, responsável pelo pagamento do auxílio, afirmou que trabalha em conjunto com diversos órgãos, dentre eles Controladoria-Geral da União (CGU) e com o Tribunal de Contas da União (TCU), contra fraudes.
"Estes atos têm permitido a geração de trilhas de auditoria que são usadas para identificar, tomar ações de recuperação e retroalimentar com informações para a melhoria na análise de cada lote de solicitações do auxílio emergencial", diz o comunicado de junho, quando o UOL Esporte revelou que o CPF de Neymar havia sido usado para o pedido do auxílio.
O suspeito de fraudar o auxílio emergencial, que teve documentos e mídias apreendidos nesta terça-feira, pode ser acusado dos crimes de estelionato, falsificação de documento público, uso de documento falso e organização criminosa. A PF investiga se há uma quadrilha que se especializou em fraudar especificamente o auxílio emergencial.
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