Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
O que a Fifa orienta no lance do pênalti anulado do Inter no Brasileirão
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Assim orientam Ifab (órgão que regula o futebol) e Fifa para casos como o do pênalti desmarcado do Inter no empate por 0 a 0 contra o Corinthians na noite desta quinta-feira (25), no Beira-Rio:
"Normalmente não se considerará infração se a bola tocar na mão/braço quando o atleta cai com a mão ou o braço posicionado entre seu corpo e o apoio no gramado, desde que mão/braço não estejam estendidos de forma lateral ou vertical, distantes do tronco".
Como quase toda regra do futebol, portanto, acaba sendo um lance interpretativo. O corintiano Ramiro estava com o braço apoiado no chão quando interceptou o cruzamento do colorado Moisés? E o braço estava ou não estendido de forma lateral ou vertical, distante do tronco?
No campo, o árbitro Wilton Pereira Sampaio achou que sim, que o braço estava distante do tronco e marcou pênalti, no fim do primeiro tempo. Como o Flamengo perdeu do São Paulo no Morumbi, 2 a 1, a vitória daria o título brasileiro ao Inter. Mas o VAR, comandado por Rodrigo Dalonso Ferreira, considerado um dos principais especialistas da CBF para a função, achou que Ramiro estava com o braço apoiado no gramado e perto do seu corpo.
Ferreira acionou Sampaio porque teve certeza de que havia um erro claro e óbvio — pelo menos esse é o protocolo do VAR, chamar o árbitro de campo apenas em caso de erro claro e óbvio. Sampaio foi ao monitor que fica na beira do gramado, concordou com Ferreira e desmarcou o pênalti.
"O braço não é considerado de apoio porque está muito para trás. É um lance muito discutido. Se o braço está paralelo ao corpo, seria braço de apoio. Se está atrás, seria pênalti", disse a comentarista de arbitragem da TV Globo Nadine Bastos sobre a regra criada em 2019.
Renata Ruel, da ESPN, concordou com Nadine. "O pênalti para o Inter foi muito mal anulado. Foi bem marcado em campo, o VAR errou em sugerir revisão, e o Wilton se equivocou em voltar atrás", afirmou.
Um lance muito parecido foi usado no ano passado pelo chefe de arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba, em tutorial que fez para explicar regras do futebol — e que está disponível no site da confederação. Em 17 de novembro de 2019, pelo Brasileiro, o gremista Léo Moura interceptou um cruzamento de Gabriel, do Flamengo, e o árbitro Raphael Claus marcou a penalidade entendendo que o braço de Léo Moura não estava apoiado no campo.
No tutorial, Gaciba concordou com a decisão de Claus e disse que no momento do cruzamento o braço de Léo Moura ainda não está apoiado no gramado e está aberto em relação ao tronco. Na época, entretanto, o comentarista de arbitragem da Globo Sálvio Spínola discordou da marcação de Claus. "Esse ano mudou a regra do futebol. O Léo Moura apoia o braço no chão. Eu não marcaria este pênalti", disse Spínola.
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