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Viagens e vacinas: o que a Conmebol prometeu aos atletas por Copa América
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A Conmebol preparou um pacote para viabilizar a Copa América após ouvir a demanda dos jogadores por meio das associações. O torneio está marcado para começar no domingo, 13 de junho, em quatro cidades do Brasil: Brasília, Cuiabá, Goiânia e Rio. Entre os tópicos estão viagens e vacinação.
A confederação sul-americana monitora há algumas semanas a possibilidade de alguns jogadores se recusarem a disputar o torneio — há insatisfação pela realização da Copa América em meio à pandemia. Como a coluna mostrou mais cedo, a possibilidade de um boicote perdeu força e um manifesto sobre a insatisfação dos atletas das dez seleções participantes está sendo elaborado.
Para apaziguar os ânimos, a Conmebol acertou com as associações:
1) Viagens: Uma das principais preocupações dos atletas era de ficarem expostos em hotéis e se deslocando dentro do Brasil. A seleção do Equador, por exemplo, reclamou de um protocolo de proteção ruim no local em que esteve hospedado em Porto Alegre, antes de enfrentar o Brasil na sexta-feira (4) pelas Eliminatórias.
A Argentina sugeriu, então, que fosse permitido às delegações voltarem a seus países depois dos jogos, criando um protocolo semelhante ao feito nas Eliminatórias e nos torneios de clubes. A Conmebol aceitou, com algumas condições: as seleções precisam estar no Brasil um dia antes do confronto.
A Argentina, portanto, pretende usar como base durante o torneio seu centro de treinamento em Ezeiza. O time planeja ficar no Brasil somente entre os jogos contra o Paraguai, dia 18, e Uruguai, 21, ambos em Brasília, e talvez nas finais, caso chegue. Depois da estreia, frente o Chile dia 14, no Rio, e antes de encarar a Bolívia, dia 28 em Cuiabá, os argentinos pretendem estar na região de Buenos Aires para se concentrar.
Outras federações analisam fazer o mesmo.
2) Vacinação: Após contato com o Ministério da Saúde brasileiro, a Conmebol voltou atrás na exigência de que os membros de todas as delegações estejam vacinados contra a covid-19 com ao menos uma dose para disputar a Copa América. Esse pedido, na verdade, foi feito pelo governo argentino em maio, quando o torneio ainda estava marcado para lá.
Na negociação para o Brasil virar sede a Conmebol apresentou esse plano ao governo brasileiro, mas ele se mostrou inviável porque a vacina ofertada pela confederação sul-americana, doada pelo laboratório chinês Sinovac, não pode ser aplicada em alguns países, inclusive no Brasil.
A legislação brasileira proíbe que imunizantes sejam comprados por entes privados, a não ser que metade seja doado ao SUS, o que a Conmebol vê como de difícil execução. Ainda há negociação da CBF com o governo brasileiro para que haja uma liberação, até porque membros dos clubes da primeira divisão, masculino e feminino, poderão receber parte das 5 mil doses a que o Brasil tem direito, mas não há prazo para que isso ocorra.
A Conmebol ofereceu a vacina para quem da delegação da seleção brasileira quiser receber entre terça-feira e quarta-feira no Paraguai, onde o grupo estará para jogar as Eliminatórias. A CBF deixará a critério de cada um tomar ou não, até porque há dúvidas de onde a segunda dose poderá ser aplicada.
3) Protestos: A Conmebol não irá inibir possíveis manifestações dos jogadores antes ou durante o torneio, desde que não ultrapassem o limite que a Fifa impõe de proibir protestos políticos. Palavras de preocupação com a pandemia ou gestos simbólicos de apoio às pessoas que perderam amigos ou parentes para a covid-19 serão tolerados.
A Copa América está marcada para começar no próximo domingo (13), com Brasil x Venezuela em Brasília. A final está programada para 10 de julho, no Maracanã.
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