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O plano da Fifa para diminuir as Eliminatórias e datas de jogos de seleções
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Um grupo liderado pelo ex-técnico do Arsenal Arsène Wenger trabalha na Fifa para criar uma proposta de novo calendário para o futebol mundial. Como já disse em mais de uma entrevista o presidente da federação internacional, Gianni Infantino, o tema é complexo porque precisa adequar datas para agradar aos clubes e às associações nacionais e suas seleções.
Um esboço começa a sair do papel e, nele, há mudança substancial no formato de Eliminatórias para competições como a Copa do Mundo e a Eurocopa. A Fifa deve propor já para o qualificatório do Mundial de 2026 (sede conjunta entre EUA, México e Canadá) que as confederações utilizem, no máximo, oito datas para definir seus classificados. A Conmebol, por exemplo, usa atualmente 18 datas para sua longa Eliminatória por pontos corridos.
A versão final do estudo, sem data para ser divulgado, deve defender ainda que o formato das datas-Fifa, que hoje são usadas principalmente para partidas de Eliminatórias (e alguns amistosos), seja alterado. Ideia é diminuir os meses em que os jogadores deixam seus clubes na Europa ou Ásia para cruzar o continente para atuar por seus países na América do Sul, por exemplo.
Atualmente, em um calendário normal, cinco meses do ano têm datas-Fifa: março, junho, setembro, outubro e novembro, com máximo de dois jogos em cada um deles. Uma das ideias é concentrar as Eliminatórias em um mês só, com as oito rodadas ocorrendo nesse período, ou dividi-la em no máximo dois meses, a se definir quais. Uma sugestão citou outubro e fevereiro. Os clubes, portanto, teriam que liberar seus atletas somente nessas datas, além de torneios continentais, como Eurocopa e Copa América e, claro, a Copa do Mundo.
Se por um lado os técnicos de seleções perderiam datas para amistosos, eles ganhariam períodos mais longos para trabalhar seus times, e não apenas dez dias em meses espalhados. E os clubes veriam seus atletas viajarem menos vezes por ano, com menos desgaste, e em alguns casos parariam de perder seus profissionais durante as competições nacionais, como o Brasileirão. Na Europa os torneios domésticos param nas datas-Fifa, mas no Brasil, não.
O tema é complexo e precisa de aprovação do Conselho da Fifa e até do Congresso, que reúne as 211 federações filiadas anualmente. O esboço, porém, foca em algo maior, que também será estudado: a Copa do Mundo ser realizada a cada dois anos. A Fifa aprovou em maio, durante o Congresso de 2021, proposta da Arábia Saudita para avaliar o tema — na verdade uma ideia da direção da federação que precisava de uma associação para apadrinhar e ser colocada em votação.
No plano da Fifa, diminuir os meses de datas-Fifa abriria espaço para torneios de clubes, como seu Mundial turbinado com 24 participantes, ou mesmo torneios continentais, como a Copa Intercontinental que Uefa e Conmebol desenham para voltar a realizar, o confronto entre os campeões da Liga dos Campeões e da Libertadores.
"Neste processo de consulta que empreendemos, começamos com os principais interessados, jogadores e dirigentes. O que eles acham do Mundial de Clubes? Da Copa do Mundo, da Euro e da Copa América? E dos clubes? O que eles acham de viajar em setembro, outubro, novembro e março de um continente para o outro? O que acham de jogar duas partidas, voltar a seus clubes, jogar quatro partidas e retornar para as seleções?", disse Gianni Infantino na quarta, durante evento de negócios esportivos em Madri. As respostas para essas perguntas devem sair nos próximos meses.
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