Documento da Conmebol mostra Kaio Jorge liberado para pegar o Independiente

No início de toda semana em que há jogos das Copas Libertadores e Sul-Americana, a Conmebol envia às federações filiadas, que repassam a seus clubes, um relatório de jogadores e oficiais (membros de comissão técnica e dirigentes) com punições pendentes. No documento remetido na segunda-feira, 12 de julho, válido para checagem de sancionados às oitavas de final disputadas no meio desta semana, o nome do atacante santista Kaio Jorge não consta da lista.

O Independiente, da Argentina, alega que o jogador autor do gol da vitória do Santos por 1 a 0, no jogo de ida das oitavas da Sul-Americana na quarta-feira, na Vila Belmiro, deveria ter cumprido suspensão na partida por acúmulo de cartões amarelos e pretende fazer uma reclamação oficial à Connebol, pedindo os pontos do jogo. A informação é da emissora Directv Sports Argentina.

O documento ao qual a coluna teve acesso e que é enviado às federações não tem o nome de Kaio Jorge. A lista é dividida por confederações filiadas e no campo da CBF o único santista que consta é o volante Alison, que cumpriu sua suspensão normalmente contra o Independiente.

Treze jogadores de clubes brasileiros apareceram no relatório, entre eles atletas com sanções a cumprir há bastante tempo, como Kazim, que jogava pelo Corinthians em 2017 e pegou cinco jogos de suspensão na Sul-Americana. Como ele nunca mais jogou torneios da Conmebol, nunca cumpriu a punição.

Kaio Jorge recebeu três amarelos na fase de grupos da Libertadores, contra Barcelona-EQU, The Strongest e Boca Juniors. O último dos cartões foi dado na última rodada da fase de grupos, contra o clube equatoriano. O Santos se classificou para a Sul-Americana após terminar em terceiro em sua chave na Libertadores.

O Santos informou em nota que consultou a Conmebol e que recebeu a informação de que, apesar do acúmulo de três amarelos, Kaio Jorge estava liberado para jogar, como consta no documento ao qual a coluna teve acesso. Isso é baseado no artigo 75.3 do Código Disciplinar da confederação sul-americana, que diz que "a suspensão imputada a um jogador, por acúmulo de cartões amarelos, em partidas distintas, em uma mesma competição, em nenhum caso será transferida para a outra competição"

Já o Independiente se basearia no regulamento da Libertadores, que diz que "os jogadores e/ou oficiais daquelas equipes que, através da presente edição da Conmebol Libertadores, se classifiquem para a Conmebol Sul-Americana do mesmo ano, se encontrem com sanções pendentes de cumprimento, como consequência de expulsões ou qualquer tipo de sanção recebida dos órgãos judiciais, deverão cumprir obrigatoriamente tais sanções no mesmo ano da Conmebol Sul-Americana".

Este não é o primeiro caso fora dos campos envolvendo Independiente e Santos. Em 2018, o time brasileiro foi considerado culpado pela Conmebol pela escalação irregular de Carlos Sánchez contra os argentinos pelo jogo de ida das oitavas de final da Libertadores.

Com a decisão, o placar de 0 a 0 na partida de ida foi alterado para 3 a 0 para o Independiente. Na volta, o empate sem gols garantiu o clube argentino nas quartas de final. A polêmica que levou o jogo para o tribunal aconteceu por causa de uma expulsão de Sánchez em 26 de novembro de 2015, na Copa Sul-Americana, quando ele atuava pelo River Plate. O jogador deixou o clube argentino e foi para o futebol mexicano, não cumprindo a suspensão automática em competições da Conmebol.