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Copa do Mundo a cada dois anos esfria plano de um Super Mundial de Clubes
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O projeto para que a Copa do Mundo seja realizada a cada dois anos, e não quatro como é desde a primeira edição em 1930, será analisado por uma comissão a ser criada pela Fifa, mas já teve um efeito prático: colocou em banho-maria o plano da federação internacional de um Mundial de Clubes turbinado, com 24 times e periodicidade a cada quatro anos.
A ideia do torneio com ao menos oito europeus, e seis sul-americanos, não está descartada, mas a coluna apurou que esfriou com a possibilidade de uma Copa do Mundo bienal. A primeira edição da competição de clubes deveria ter ocorrido entre junho e julho de 2021, mas a pandemia atrapalhou. Como a Eurocopa e a Copa América tiveram que ser adiadas de 2020 para 2021, elas ocuparam o espaço que seria do Mundial que tinha até sede definida, a China.
Em entrevistas recentes, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, insistiu que o calendário precisa ser modificado, para acomodar torneios de clubes e de seleções que desgastem menos os atletas e atraiam novos torcedores.
Se o futuro parecia levar a investimentos maiores nas competições de clubes, o presente trouxe outro cenário: a chance de organizar a Copa a cada dois anos poderia elevar muito a receita da Fifa. A entidade manteria um Mundial anual, como é feito atualmente, sem bater de frente com a Liga dos Campeões da Uefa, que continuaria sendo o principal torneio de clubes do mundo.
A Fifa criou um grupo liderado pelo ex-técnico do Arsenal Arsene Wenger que discute novos formatos para o calendário mundial. Entre as ideias está deixar um ou dois meses anuais exclusivos para jogos de seleções e o restante para competições nacionais e continentais de clubes, além das férias. Seriam menos datas-Fifa, hoje distribuídas em 10 dias por cinco meses ao ano, mas que seria compensada com a Copa do Mundo a cada dois anos.
Quem apresentou a proposta da Copa bienal foi a federação da Arábia Saudita, no Congresso realizado virtualmente no fim de maio. Na verdade um ato burocrático, já que o movimento para se analisar a ideia partiu do grupo liderado por Wenger, mas que precisava de uma federação bancando. Caso a comissão criada dê o parecer positivo será preciso a aprovação via Congresso, com voto das 211 federações filiadas — são encontros anuais, realizados entre maio e junho e o próximo será em 2022. Na última semana, a Confederação Africana de Futebol (CAF) demonstrou apoio à ideia — como as entidades costumam votar em bloco, já seriam 56 favoráveis.
O Mundial de Clubes, no formato atual com sete participantes (os seis campeões continentais, mais um indicado do país-sede), terá uma edição em dezembro de 2021, no Japão, o que se imaginava que poderia ser a última com esse regulamento. Como a coluna revelou, a Fifa deixou de fora o torneio de seu orçamento de 2022, e ele não deverá ser realizado pela primeira vez desde 2005. O ano que vem terá um calendário diferente porque a Copa do Mundo do Qatar será entre novembro e dezembro, e não no meio do ano, para minimizar o calor do Oriente Médio.
Mas caso a Copa do Mundo ocorra a cada dois anos, provavelmente depois da edição de 2026, que será nos EUA, Canadá e México e pela primeira vez com 48 concorrentes, o Mundial de Clubes anual pode até ser mantido. Sem, contudo, reunir as principais forças do planeta como sonha Infantino.
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