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Marcel Rizzo

REPORTAGEM

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Em meio à crise, CBF indica novo membro em Conselho do governo Bolsonaro

Edu Zebini (dir.) foi contratado por Rogério Caboclo para ser diretor da CBF - Thais Magalhães/CBF
Edu Zebini (dir.) foi contratado por Rogério Caboclo para ser diretor da CBF Imagem: Thais Magalhães/CBF

Colunista do UOL

11/08/2021 08h50

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A CBF tem novo integrante no Conselho Nacional do Esporte (CNE): Eduardo Zebini, secretário-geral que assumiu em junho após as mudanças feitas com o afastamento do presidente Rogério Caboclo, ocupa vaga que era de Walter Feldman, o antigo secretário-geral da Confederação Brasileira de Futebol.

Feldman foi demitido em junho, após Caboclo ser retirado da presidência acusado por uma funcionária de assédios sexual e moral (o que ele nega) — a Comissão de Ética da CBF ainda prepara uma decisão que será analisada pela Assembleia de federações e clubes, que decidirão se Caboclo será ou não afastado definitivamente.

Zebini, executivo com experiência no mercado de televisão que é o diretor de mídia da confederação, assumiu então também a secretaria-geral. Hoje a CBF tem interinamente na presidência o vice mais idoso, Antônio Carlos Nunes, mas quem comanda de fato a entidade é o colegiado dos vices (oito), com forte influência do ex-presidente Marco Polo Del Nero, que está banido das atividades do futebol pela Fifa acusado de corrupção.

A indicação de Zebini mostra que essa estrutura de comando da CBF não acredita que sairá com a eleição para presidente que pode ocorrer nos próximos meses, se confirmado o afastamento definitivo de Rogério Caboclo. Era possível, por exemplo, esperar para indicar o membro titular do CNE e, se houvesse reuniões, enviar um representante interino.

O CNE é um órgão colegiado ligado ao Ministério da Cidadania, pasta que engloba o esporte no governo Bolsonaro — o Ministério do Esporte foi extinto em 2019. Tem como objetivo discutir pautas para melhoria da estrutura do esporte de alto rendimento e mesmo de atividades esportivas de lazer.

Na prática, porém, o CNE acaba sendo um órgão mais burocrático do que prático. Na última reunião, de 15 de julho, quando a CBF enviou como representante o diretor jurídico, Luiz Felipe Santoro, e teve a presença do Ministro da Cidadania, João Roma, foi deliberada apenas indicações de nomes para órgãos como a Justiça Desportiva Antidopagem e para a Comissão Técnica da Lei de Incentivo ao Esporte.

O CNE tem representantes de vários entes, além do governo e da CBF, como COB (Comitê Olímpico do Brasil), CPB (Comitê Paralímpico), de atletas, de clubes e de secretarias municipais de esporte.