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Fifa está pessimista sobre liberação de atletas; plano B é nova convocação
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A direção da Fifa está pessimista de que conseguirá convencer clubes das principais ligas europeias a liberar seus atletas para a janela de jogos de algumas seleções que começa na semana que vem. A rebelião é vista internamente como uma ruptura sem volta e pode antecipar mudanças no calendário do futebol, previstas para acontecer somente em 2025.
Há entendimento que caso a Fifa opte por punir esses clubes, principalmente ingleses e espanhóis, como proibir que os convocados joguem por esses times durante a data-Fifa, o caso pode parar nos tribunais e, como a questão é sanitária, não seria improvável que as associações ganhassem.
Como adiamentos anteriores, no caso das Eliminatórias sul-americanas, apertaram o calendário, é impossível adiar os jogos de setembro. Ou seja: os treinadores terão que fazer novas convocações, escolhendo atletas de países que os clubes topem ceder ou de times locais. A seleção brasileira tem 14 em situação nebulosa: Alisson, Ederson, Danilo, Alex Sandro,Thiago Silva, Eder Militão, Fabinho, Casemiro, Fred, Gabriel Jesus, Raphinha, Roberto Firmino, Matheus Cunha e Richarlison.
O pessimismo de que seja feito um acordo existe porque o argumento usado é o de saúde: locais, como o Brasil, estão na lista vermelha da covid-19, o que exige quarentena para entrada em alguns países, situação que se estende a toda a América do Sul e países africanos. Os clubes não querem perder seus atletas por mais tempo, já que eles teriam que ficar confinados em casa ao retornarem da data-Fifa.
A Fifa apelou para o governo britânico, enviando carta ao primeiro-ministro Boris Johnson pedindo que abrisse exceção aos atletas que viajassem, os liberando da quarentena, mas é improvável que isso ocorra. Também pediu bom senso aos clubes, afirmando que a não liberação geraria desequilíbrio técnico nas Eliminatórias para a Copa de 2022. Não surtiu efeito.
A cúpula da Fifa avalia que a pandemia é usada neste momento para forçar a federação internacional a rever o calendário antes do previsto, que é 2025. A Fifa já tem suas datas definidas, aprovadas por seu Conselho, até 2024. Se houver necessidade de uma alteração é preciso a aprovação do Congresso, e o próximo será em maio de 2022. Nessa discussão está incluída a mudança na periodicidade da Copa do Mundo, que seria realizada a cada dois anos.
O calendário
Um grupo de estudo liderado pelo ex-técnico do Arsenal Arsene Wenger foi criado para remodelar torneios e datas do futebol. O principal ponto, como a coluna já mostrou, é justamente readequar as datas-Fifa. Hoje a janela prevê nove dias de liberação obrigatória dos clubes em cinco meses do ano (março, junho, setembro, outubro e novembro), somando, portanto, 45 dias. Ainda há liberações obrigatórias para torneios oficiais, como Copa do Mundo e continentais, como Euro e Copa América, que acrescentam mais 40 dias, ou até mais, nesse número.
A ideia é ter uma super janela em um ou no máximo dois meses por ano. Ou seja, os clubes só perderiam seus atletas por 20 ou 30 dias em duas janelas, a se discutir os melhores meses. As Eliminatórias também teriam menos datas, e as seleções se encontrariam em mais torneios oficiais, com a Copa do Mundo a cada dois anos e mudanças a se discutir até nos continentais.
Isso valeria a partir de 2025, com a Copa do Mundo bienal depois do Mundial de 2026, que será nos EUA, Canadá e México e que já terá o aumento de 32 para 48 participantes. A rebelião dos clubes, porém, pode antecipar mudanças para 2023, já que o ano que vem está com as datas engessadas por causa da Copa do Mundo do Qatar, que será entre novembro e dezembro, e não no meio do ano, para minimizar o calor do Oriente Médio.
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