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Força maior ou WO? Comissão da Fifa definirá futuro de Brasil x Argentina
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É a Fifa, com sua Comissão de Disciplina, que decidirá o que será feito após a suspensão do jogo entre Brasil e Argentina, neste domingo (5), pelas Eliminatórias da Copa do Qatar-2022. O torneio é de responsabilidade da federação internacional, apesar de ter sua parte operacional realizada pela Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol).
O jogo foi interrompido aos cinco minutos do primeiro tempo depois que representantes da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) entraram no campo para exigir a retirada do jogo de quatro atletas argentinos (Emiliano Martínez, Cristian Romero, Giovani Lo Celso e Emiliano Buendía), que segundo a agência descumpriram normas sanitárias do combate à covid-19 ao entrar no Brasil.
O time argentino decidiu deixar o campo e, após quase uma hora, o árbitro Jesus Valenzuela, da Venezuela, encerrou o confronto — a Fifa, por meio de uma curta nota, informou que informações novas serão divulgadas em breve. Mas dependerá da avaliação de sua Comissão de Disciplina, com base no que escrever Valenzuela na súmula, mas não só isso: o delegado do jogo também fará um relatório detalhado sobre o ocorrido, desde a entrada em campo as autoridades até a decisão dos argentinos de deixarem o gramado.
Há uma questão fundamental que será debatida entre os membros da comissão (formada por 19 membros, um deles brasileiro, que se isentará de participar da decisão): a suspensão da partida foi por força maior ou causada por uma das seleções? Mas se foi a Argentina quem abandonou o gramado, o caso poderia ser classificado como força maior ou até o Brasil ser punido?
A interpretação por força maior poderia ser usada se houver o entendimento de que mesmo deixando o gramado e se recusando a jogar sem os quatro atletas, a Argentina não causou o problema. Nesse caso, o regulamento da competição prevê a continuação do jogo, do momento que parou e, de preferência, no dia seguinte à suspensão, o que não ocorrerá nesse caso porque haverá jogos no meio dessa semana por outra rodada da competição. E mesmo no futuro será complicado achar um data para realizar o confronto.
Os adiamentos ocorridos em 2020 e março de 2021 por causa da pandemia apertaram o calendário da Eliminatórias. As datas-Fifa de setembro e outubro precisaram ser estendidas de nove para 11 dias para encaixar três jogos, e não dois como convencional. Além disso, uma janela extra, em janeiro de 2022, foi criada para proporcionar que a competição termine em março do ano que vem.
A comissão pode, então, determinar um vencedor, que ganharia pelo placar de 3 a 0 — nesse caso, quem fosse considerado culpado ainda pagaria uma multa que partiria de R$ 56 mil. Ao abandonar o campo, a Argentina se recusou a atuar, atitude natural para perder por WO.
Só que segundo o jornal Clarin, os argentinos vão alegar para a Fifa que a responsabilidade de não realização do confronto foi brasileira, com a entrada de autoridades do país em campo. Ou seja, a CBF, mandante, não teria dado condições para que o jogo ocorresse. Do lado brasileiro, claro, a alegação é que os argentinos não quiseram jogar ao saberem que teriam que liberar seus atletas após o início da partida.
Não há data para que a comissão tome uma decisão, mas deve ocorrer antes, claro, do fim da competição em março. Dependendo da decisão ainda caberá recurso ao Comitê de Apelação, ainda dentro do âmbito jurídico da Fifa, e depois ao Tribunal Arbitral do Esporte.
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