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Copa a cada 2 anos e menos datas-Fifa: plano de novo calendário está pronto
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O grupo criado pela Fifa para elaborar mudanças no calendário do futebol a partir de 2025 finalizou um plano a ser apresentado às confederações filiadas. A ideia é que a Copa do Mundo ocorra a cada dois anos, e não quatro como atualmente, o que mexeria no período em que os clubes liberam jogadores às seleções, as chamadas datas-Fifa. A proposta já gerou críticas de entes importantes da modalidade, como as confederações da América do Sul e da Europa e associação de liga de clubes.
Hoje, são cinco meses (março, junho, setembro, outubro e novembro) de janelas de nove dias (e dois jogos) em cada um. Há, segundo o documento, duas opções para alterações nestas datas-Fifa:
1) A Fifa cria uma super janela entre outubro e novembro, de quatro semanas. Seria a única data-Fifa no meio da temporada europeia, que ocorre entre agosto e maio. Nessas datas ocorreriam as Eliminatórias para a Copa do Mundo bienal e para os continentais (até oito rodadas), como Euro e Copa América, que pelo plano da Fifa também aconteceriam a cada dois anos.
- outubro/novembro - super janela de quatro semanas
- junho/julho - torneios oficiais, como Copa do Mundo (anos pares) e continentais (anos ímpares), já com as temporadas europeias finalizadas
2) Há janelas em dois meses: de duas a três semanas entre outubro e novembro e outra, menor, de uma a duas semanas, em março — novamente seriam realizadas até oito rodadas para as Eliminatórias. Nesse plano as datas-Fifa parariam a temporada europeia duas vezes:
- outubro - duas a três semanas
- março - uma a duas semanas
- junho/julho - torneios oficiais, como Copa do Mundo (anos pares) e continentais (anos ímpares), já com as temporadas europeias finalizadas.
Se por um lado os técnicos de seleções perderiam datas para amistosos, eles ganhariam períodos mais longos para trabalhar seus times, e não apenas nove dias em meses espalhados. E os clubes veriam seus atletas viajarem menos vezes por ano, com menos desgaste.
Pelo plano apresentado, os jogadores teriam férias entre julho e agosto, de ao menos três semanas, mas não contempla ajustes em calendários que têm seus campeonatos realizados de janeiro a dezembro, como o Brasil. E isso é uma das críticas feitas pela Conmebol, que também organiza todos os seus campeonatos de clubes no mesmo molde.
Com o projeto pronto, a Fifa busca apoios para tentar levar a ideia para votação já no próximo Congresso, em maio de 2022 — é preciso que a maioria dos 211 filiados aprove. Já tem, por exemplo, a CAF (Confederação Africana de Futebol) ao seu lado, o que poderia significar 56 votos se a entidade votar em bloco. Há também federações menores da Ásia, com Nepal e Bangladesh, favoráveis e a Fifa espera ter apoio também de associações nanicas da Concacaf, a confederação das Américas do Norte e Central.
À periferia do futebol, como essas federações são chamadas dentro da Fifa, o projeto tem alcance quando fala que haverá maior rotatividade na escolha das sedes da Copa do Mundo e maior chance de participar da fase final — e o texto enfatiza que 133 dos filiados até hoje não alcançaram tal feito.
Mas falta a elite. Europa e América do Sul, que detêm todos os título de Copas do Mundo de 1930 até hoje (em 21 edições), se mostraram contra mudar o calendário, principalmente porque mexeria também na periodicidade de seus continentais, hoje quadrienais como a Copa. Associações de clubes e de jogadores se mostraram preocupados com um possível desgaste disputando torneios de seleções todos os anos — hoje há folgas nos ímpares.
A Fifa escalou alguns ex-jogadores como garotos-propaganda do projeto — os brasileiros Ronaldo e Roberto Carlos fazem parte. A ideia é que eles convençam suas regiões de que a proposta vai diminuir as viagens entre continentes com a diminuição das datas-Fifa, o que significaria menos jogos desimportantes (traduzindo: amistosos). E que jovens talentos podem ser valorizados com a Copa bienal, ganhando mais chances de disputar o torneio no auge da carreira.
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