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Castelão é mais um estádio investigado por obra realizada para a Copa-2014
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Dos 12 estádios construídos ou reformados para a Copa do Mundo de 2014, no Brasil, dez acabaram sendo investigados por suspeitas de superfaturamento ou pagamento de propinas para direcionamento de processos de licitação.
Nesta quarta-feira (15), a Polícia Federal fez operação chamada "Colosseum", parte da apuração se houve irregularidades na reforma da Arena Castelão, em Fortaleza. Foram 14 mandados de busca e apreensão que incluíram o pré-candidato à presidência Ciro Gomes (PDT) e seu irmão Cid Gomes (PDT), senador que era o governador do Ceará na época da obra na arena.
A investigação aponta que eles receberam propina para direcionar a licitação para o consórcio vencedor, encabeçado pela construtora Galvão Engenharia. Ciro negou as acusações.
Somente a Arena da Baixada, em Curitiba, e o Beira-Rio, em Porto Alegre, até hoje não foram envolvidos em suspeitas de irregularidades. Eles são dois dos três estádios privados usados no Mundial de 2014. O outro, a arena do Corinthians, em São Paulo, foi investigado pela Operação Lava Jato por supostos pagamentos de propinas e questionamentos sobre o modelo de empréstimo feito via BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), de R$ 400 milhões.
Mais cara obra de estádio para a Copa de 2014, o estádio Mané Garrincha, em Brasília, custou R$ 1,4 bilhão e foi 100% financiado pelo governo do Distrito Federal — sem receber, portanto, empréstimo do BNDES como as outras 11 arenas. Dois ex-governadores do DF, José Roberto Arruda e Agnelo Queiroz, foram presos suspeitos de participarem de esquema de superfaturamento, que pode ter chegado a R$ 900 milhões. Todos negam irregularidades.
Houve investigações também na Arena Fonte Nova, em Salvador, na Arena das Dunas, em Natal e na Arena Pernambuco, na região metropolitana do Recife. Esses três estádios, somados, custaram R$ 1,6 bilhão e, segundo as apurações, podem ter tido um sobrepreço de R$ 570 milhões.
No Maracanã, estádio que recebeu a final da Copa-2014, o ex-governador Sérgio Cabral foi condenado acuado de receber propina com relação à reforma, que custou R$ 1,1 bilhão e só não foi mais cara que a do Mané Garrincha. O mesmo modus operandi, beneficiando empresas por meio de pagamentos ilícitos a políticos, foi identificado na reforma do Mineirão, em Belo Horizonte, e na construção da Arena Pantanal, em Cuiabá. Em Manaus, a obra da Arena da Amazônia tem suspeita de superfaturamento de cerca de R$ 86 milhões.
Os 12 estádios custaram total de R$ 8,32 bilhões.
Quanto custou cada estádio da Copa-2014 e quanto foi usado do BNDES
Arena das Dunas (99% da obra financiada pelo BNDES) - Total da obra: R$ 400 milhões - BNDES: R$ 396,5 milhões
Beira-Rio (83,3%) - Total da obra: R$ 330 milhões - BNDES: R$ 275,1 milhões
Arena Pernambuco (75%) - Total da obra: R$ 532,6 milhões - BNDES: R$ 400 milhões
Castelão - (67,6%) - Total da obra: R$ 518,6 milhões - BNDES: R$ 351,5 milhões
Arena da Amazônia (60,6%) - Total da obra: R$ 660,5 milhões - BNDES: R$ 400 milhões
Arena Pantanal (57,9%) - Total da obra: R$ 583 milhões - BNDES: R$ 337,9 milhões
Mineirão (57,5%) - Total da obra: R$ 695 milhões - BNDES: R$ 400 milhões
Fonte Nova (47,3%) - Total da obra: R$ 684,4 milhões - BNDES: R$ 323,6 milhões
Maracanã (38%) - Total da obra: R$ 1,050 bilhão - BNDES: R$ 400 milhões
Neo Quimica Arena (37%) - Total da obra: R$ 1,080 bilhão - BNDES: R$ 400 milhões
Arena da Baixada (33,5%) - Total da obra: R$ 391,5 milhões - BNDES: R$ 131,1 milhões
Mané Garrincha (0) - Total da obra: R$ 1,4 bilhão (100% Governo do Distrito Federal)
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