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Marcel Rizzo

REPORTAGEM

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Por ranking e sorteio da Copa, Fifa gostaria de Brasil x Argentina em março

Equipe da Anvisa interrompeu partida entre Brasil e Argentina, em setembro de 2021 - Reprodução / Internet
Equipe da Anvisa interrompeu partida entre Brasil e Argentina, em setembro de 2021 Imagem: Reprodução / Internet

Colunista do UOL

14/02/2022 13h45

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A direção da Fifa gostaria que Brasil x Argentina realizassem em março o jogo das Eliminatórias que foi suspenso em São Paulo em 5 de setembro de 2021. A entidade ajustaria a janela do próximo mês na América do Sul para ser possível que brasileiros e argentinos realizassem três jogos, o atrasado e os dois recorrentes — o Brasil enfrenta o Chile em casa e a Bolívia fora e a Argentina recebe a Venezuela e visita o Equador.

O problema é que CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e a AFA (Associação de Futebol da Argentina) devem recorrer da decisão anunciada nesta segunda-feira (14) pelo Comitê de Disciplina da Fifa. O presidente da AFA, Claudio Tapia, já confirmou que enviará o recurso ao Comitê de Apelação da Fifa o que, pela burocracia, tornaria improvável que a realização do jogo ocorresse em março. Mesmo se saísse uma decisão relâmpago dentro da Fifa, ainda haveria a possibilidade de recorrer ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS).

Apesar de Brasil e Argentina já estarem classificados para a Copa do Mundo do Qatar no fim do ano, a Fifa entende que só faz sentido realizar o jogo novamente antes do sorteio dos grupos do Mundial, que será dia 1º de abril, em Doha. Isso porque se a pontuação é irrelevante na tabela (apesar de poder valer o título simbólico das Eliminatórias, hoje a diferença é de quatro pontos, 39 a 35, a favor do Brasil), ela influencia no ranking da entidade que definirá a divisão dos potes no sorteio e consequentemente os cabeças de chave.

Hoje, o Brasil é segundo do ranking e a Argentina, em quarto, e ambos provavelmente serão cabeças de chave. Mesmo que um resultado negativo na realização do jogo suspenso não mude isso, a Fifa entende que afeta a isonomia do regulamento, já que duas seleções não teriam pontos computados de um jogo a se realizar. Por isso março é a data considerada fundamental.

A Fifa poderia ajustar as datas da janela de março, hoje marcadas entre 21 e 29. As seleções da Concacaf (Américas do Norte, Central e Caribe) e da Oceania farão três partidas nesse período, como a Conmebol já fez também no fim de 2021. A Fifa daria mais um dia de janela, provavelmente 30, e ajustaria os jogos para que não ocorressem com menos de 48 horas de diferença. Essa exceção foi criada por causa de adiamentos de jogos devido à pandemia.

O Comitê de Disciplina decidiu que o jogo suspenso em 5 de setembro seja realizado novamente, em data a se definir. O confronto, válido pela 6ª rodada das Eliminatórias, não ocorreu depois que funcionários da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) entraram no gramado do Neo Química Arena para retirar quatro jogadores argentinos que não teriam cumprido o protocolo sanitário contra a covid-19 para entrar no Brasil. CBF e AFA foram multados por não cumprirem protocolos de segurança e pelo abandono de campo e Lo Celso, Buendia, Martinez e Romero, protagonistas do problema, foram suspensos por dois jogos.

A CBF foi multada pelo Comitê em 500 mil francos suíços (cerca de R$ 2,8 milhões) por "infrações relacionadas à ordem e segurança", afinal o jogo tinha mando da seleção brasileira. Já a federação argentina (AFA) foi multada em 200 mil francos suíços (R$ 1,1 milhão) pelo "descumprimento de suas obrigações" na preparação e participação na partida. As duas federações receberam multa adicional de 50 mil francos suíços cada uma pela mera suspensão da partida. O total das punições passa dos R$ 4,5 milhões.

Na ocasião do jogo, Brasil e Argentina chegaram a jogar alguns minutos na Neo Química Arena, até que um representante da Anvisa entrou em campo e interrompeu a partida. Cinco jogadores argentinos não haviam feito a quarentena obrigatória para quem chegava ao Brasil via Reino Unido e, mais, os documentos que apresentaram à Anvisa ao entrar no País continham informações contraditórias.