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Marcel Rizzo

REPORTAGEM

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Saiba os bastidores das escolhas de Claus e Wilton Sampaio para a Copa

Wilton Pereira Sampaio e Raphael Claus serão os árbitros brasileiros na Copa do Mundo do Qatar que começa em novembro - Marcello Zambrana/AGIF e Gabriel Machado/AGIF
Wilton Pereira Sampaio e Raphael Claus serão os árbitros brasileiros na Copa do Mundo do Qatar que começa em novembro Imagem: Marcello Zambrana/AGIF e Gabriel Machado/AGIF

Colunista do UOL

19/05/2022 14h42

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Raphael Claus (SP) foi escolhido para estar na Copa do Mundo do Qatar por ser considerado tecnicamente o melhor árbitro do Brasil hoje. Se o país tivesse uma vaga apenas, seria dele.

Wilton Pereira Sampaio (GO) vai ao Mundial como segundo árbitro principal do Brasil por seu conhecimento do VAR. A Fifa quer nomes no campo que tenham larga experiência na cabine, já que ampliou para 2022 o leque do VAR a confederações com menos experiência com a tecnologia e há receio de que possa haver ruídos entre os profissionais. E um detalhe: Wilton Sampaio poderá também atuar como VAR na cabine.

Edna Alves, primeira árbitra mulher em um evento masculino, o Mundial de Clubes de 2020 (disputado em fevereiro de 2021), não vai ao Qatar porque a Fifa decidiu que não levaria mais de uma árbitra por país, já que apenas seis seriam chamadas, e Neuza Back é hoje considerada a melhor árbitra assistente do mundo. Neuza, portanto, foi a escolhida.

O PROCESSO DE ESCOLHA
Os nomes de Raphael Claus, Wilton Pereira Sampaio e os cinco árbitros assistentes escolhidos (Neuza Back, Rodrigo Figueiredo, Danilo Simon, Bruno Pires e Bruno Boschilia) não surgiram nestes dois dias (quarta e quinta) em que a comissão de arbitragem da Fifa se reuniu para apontar os convocados para o Qatar. No caso de Claus e Sampaio, eles foram indicados pela Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) em 2019.

Há três anos eles têm sido avaliados pelo comitê da Fifa, em vários estágios, inclusive com treinamentos na sede da entidade. Não é a CBF que diretamente indica os nomes à Fifa, não é função da associação nacional e sim da confederação continental, no caso a Conmebol. A confederação sul-americana usa dados estatísticos disponibilizados pela CBF para análise e, claro, avaliação em torneios diversos.

Na reunião do comitê primeiro se definiu quantas vagas cada uma das seis confederações teria para, depois, escolher os nomes. E não é uma imposição, e sim há uma votação entre os membros do comitê. Para se definir os sul-americanos os membros da Conmebol indicam os candidatos e têm peso 2 na votação, enquanto Pierluigi Colina, chefe do comitê, e Massimo Busacca, diretor de arbitragem da Fifa, têm peso 3.

A opção de dois brasileiros e dois argentinos (Facundo Tello e Fernando Rappalini) foi da Conmebol, mas no caso do Brasil a presença de Wilton Pereira Sampaio se deu por sua experiência na cabine do VAR. O comitê da Fifa queria juízes de campo com bom tempo de treinamento como árbitro de vídeo, caso de Sampaio que esteve na função na Copa do Mundo da Rússia. Ele também poderá atuar como VAR na cabine, apurou a coluna.

POR QUE EDNA ALVES FORA?
A francesa Stephanie Frappart e a japonesa Yoshimi Yamashita eram as favoritas a estarem no Qatar. Havia, entretanto, dúvidas de quantas mulheres iriam e, nesse contexto, Edna Alves tinha possibilidade de ser chamada.

O problema foi que na reunião decidiu-se em seis as mulheres na Copa, três árbitras e três assistentes, mas o mais importante: não se repetiria países. Ou seja, não podíamos ter duas brasileiras e Neuza Back é considerada atualmente a melhor árbitra assistente do mundo. Ela foi a brasileira escolhida.

SEM BRASIL NO VAR
Um dos pioneiros nos testes do árbitro do vídeo, o Brasil ficou desta vez sem árbitro para operar a tecnologia nas salas (será centralizado). Profissionais do Chile, Colômbia, Venezuela, Uruguai e Argentina foram escolhidos para representar a Conmebol.

A coluna apurou que o argentino Mauro Vigliano foi unanimidade, por ser considerado o melhor árbitro VAR da América do Sul. Os brasileiros concorrentes, Wagner Reway (MT) e Rafael Traci,(PR) foram, ao final, considerados menos regulares que os demais escolhidos. Não houve, pelo menos abertamente, críticas ao modo que o Brasil utiliza a tecnologia, até pouco tempo atrás com chamadas de revisão excessivas.

A Copa do Mundo começa em 21 de novembro e acaba em 18 de dezembro. Será no fim do ano, e não nos tradicionais meses de junho e julho para minimizar o calor do Oriente Médio.