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Mesada da CBF é mais de 50% da receita de federações que elegem presidente
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Boa parte das federações estaduais continua sobrevivendo apenas por causa de subsídio da CBF. Em 2021, 10 dessas entidades tiveram o valor repassado pela confederação brasileira como equivalente a mais de 50% de suas receitas. O pagamento é feito a cada mês.
O R$ 1,3 milhão total recebido da CBF por Roraima, a mais dependente, significou 98% de tudo o que a federação do norte arrecadou no ano passado, quando fechou com R$ 199 mil de superávit. Os números foram obtidos por meio dos balanços financeiros divulgados pelas entidades - apenas Distrito Federal e Amapá não compartilharam os dados completos.
Com isso, de 25 federações, 10 dependeram principalmente da CBF para pagar as contas em 2021: Roraima, Rondônia, Amazonas, Acre, Maranhão, Pará, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins e Paraíba.
As federações são as principais eleitoras para a presidência da CBF, com peso 3 na votação (clubes da Série A têm voto peso 2 e os da B, peso 1). Em março, Ednaldo Rorigues, ex-chefe da Federação da Bahia, foi eleito presidente da CBF, cargo que ocupará até 2026 — somente Alagoas não o apoiou.
Das dez mais dependentes, três fecharam 2021 no vermelho, mesmo com a ajuda da CBF. As outras sete tiveram lucros na casa dos milhares de reais, ou seja, sem o subsídio estariam quebradas. Das 25 federações estaduais com os números consolidados, 19 fecharam com lucro e seis com prejuízo. São Paulo teve o maior superávit, com R$ 11,9 milhões.
Todo ano, a CBF envia em forma de doação um fixo de R$ 1,2 milhão a cada uma das federações, para o "fomento do esporte na região". Mas não é só essa a ajuda. Algumas recebem mais dinheiro para auxílio na organização dos campeonatos nacionais realizados nos estados, como as Séries B, C e D, Copa do Brasil e regionais — que é usado para pagamento de controle de dopagem, arbitragem, entre outros gastos.
Esses valores enviados às federações não incluem a remuneração mensal que a CBF paga a cada presidente, como "verba de representação". O salário, que pode chegar a R$ 90 mil, é pago há alguns anos, diretamente aos cartolas, e é uma das principais críticas ao modus operandi da confederação brasileira.
A CBFDEPENDÊNCIA
Valores recebidos por cada federação em 2021 e relação com a receita total (em R$)*
Roraima
CBF: 1,31 milhão (98%)
Superávit: R$ 191 mil
Rondônia
CBF: 1,71 milhão (91%)
Superávit: 310,1 mil
Maranhão
CBF: 1,3 milhão (73%)
Superávit: 18,8 mil
Amazonas
CBF: 2,1 milhões (71%)
Déficit: 756,7 mil
Mato Grosso
CBF: 1,67 milhão (68%)
Superávit: 344,1 mil
Tocantins
CBF: 1,34 milhão (68%)
Superávit: 785,60
Paraíba
CBF: 1,84 milhão (64%)
Déficit: 15,3 mil
Mato Grosso do Sul
CBF: 2,15 milhões (60%)
Superávit: 52,5 mil
Acre
CBF: 1,7 milhão (58%)
Superávit: 378,2 mil
Pará
CBF: 2,19 milhões (54%)
Déficit: 173,4 mil
Espírito Santo
CBF: 1,17 milhão (44%)
Superávit: 226,6 mil
Rio Grande do Norte
CBF: 1,2 milhão (41%)
Superávit: 86,4 mil
Piauí
CBF: 1,27 milhão (40%)
Superávit: 77,8 mil
Ceará
CBF: 2 milhões (40%)
Superávit: 186,3 mil
Santa Catarina
CBF: 2,19 milhões (40%)
Superávit: 1,059 milhão
Alagoas
CBF: 1,2 milhão (39%)
Superávit: 377,4 mil
Goiás
CBF: 2,19 milhões (33%)
Superávit: 1,059 milhão
Paraná
CBF: 3 milhões (28%)
Déficit: 970 mil
Bahia
CBF: 1,3 milhão (28%)
Superávit: 488 mil
Sergipe
CBF: 1,2 milhão (22%)
Superávit: 232,7 mil
Pernambuco
CBF: 1,6 milhão (20%)
Superávit: 4 milhões
Minas Gerais
CBF: 1,5 milhão (10%)
Superávit: 4,5 milhões
Rio Grande do Sul
CBF: 1,29 milhão (10%)
Déficit: 287 mil
Rio de Janeiro
CBF: 1,29 milhão (10%)
Déficit: 1,5 milhão
São Paulo
CBF: 1,65 milhão (2,5%)
Superávit: 11,9 milhões
*Sem os números das federações do Distrito Federal e do Amapá
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