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Marcel Rizzo

REPORTAGEM

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Castelão vai passar por vistoria após apagões e pode ser vetado

Castelão sofreu com apagão em parte dos refletores pouco antes de Ceará x Avaí - Lucas Emanuel/AGIF
Castelão sofreu com apagão em parte dos refletores pouco antes de Ceará x Avaí Imagem: Lucas Emanuel/AGIF

Colunista do UOL

22/07/2022 09h31

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Uma vistoria nesta sexta-feira (22) pode vetar jogos na Arena Castelão, em Fortaleza. O estádio tem sofrido apagões de energia, que já fizeram Fortaleza 0 x 0 Palmeiras, em 10 de julho, ser encerrado antes do fim e Ceará 1 x 0 Avaí atrasar em 47 minutos na terça-feira. Representantes da CBF, Conmebol e federação cearense visitarão o estádio para verificar as providências que o governo do estado, responsável pela administração, pode fazer para evitar novos problemas.

A CBF já evitou marcar a ida das quartas de final da Copa do Brasil, entre Fortaleza e Fluminense na próxima quinta-feira (28), para o Castelão. Colocou "a definir" na tabela. A confederação sul-americana participa da avaliação porque em 10 de agosto o Ceará receberá o São Paulo pelas quartas de final da Copa Sul-Americana e teme problemas. A entidade já havia se prontificado a ajudar na manutenção do gramado do estádio, que também é alvo de críticas e considerado por técnicos e jogadores o pior do Brasil.

Uma opção para os clubes cearenses é o estádio Presidente Vargas (PV), que pertence à prefeitura de Fortaleza. Ele passou por uma reforma depois de servir de hospital de campanha entre março e setembro de 2020, no início da pandemia de covid-19. O estádio tem capacidade para 20.166 espectadores, e atende as exigências dos regulamentos da Copa do Brasil (mínimo de 10 mil) e da Sul-Americana (mínimo 20 mil).

O problema é que os clubes não querem deixar o Castelão e sua capacidade para 60 mil torcedores. Ceará e Fortaleza têm hoje mais de 40 mil sócios em seus programas de fidelidade, muitos com direito a ingressos em seus planos e não atenderia todos eles com jogos no PV.

Na queda de energia em Fortaleza x Palmeiras, a Enel Ceará, empresa responsável pela distribuição de energia do estádio, relatou um problema de dois minutos, entre 19h50 e 19h52, e constatatou que a energia não retornou ao estádio imediatamente por causa de um defeito interno no disjuntor geral, de responsabilidade do cliente.

Em 12 de julho foi feita uma vistoria no Castelão, em que os geradores foram testados. O governo do estado preparou um relatório sobre o problema no jogo de 10 de julho, já que não havia sido o primeiro apagão no ano — houve um também em abril, na final da Copa do Nordeste entre Fortaleza e Sport.

Na queda de energia de terça, a Enel Ceará relatou não ter identificado problemas na rede externa e que o problema foi interno. A Sejuv (Secretaria do Esporte e Juventude) ainda avalia o que ocorreu e a vistoria desta sexta-feira visa identificar riscos de novos apagões ocorrerem. O jogo entre Fortaleza e Santos, domingo (24), 19h, pela Série A do Brasileiro, continua marcado pata o Castelão.

Problemas
Em dezembro de 2018 acabou o contrato de concessão do Castelão com a empresa que o geria desde 2013, ano anterior da Copa do Mundo -- o estádio em Fortaleza foi uma das 12 sedes em 2014. Não houve renovação e o equipamento voltou a ser administrado pelo governo do Ceará.

Os dois principais clubes do estado, Ceará e Fortaleza, disputam partidas da Série A do Campeonato Brasileiro e de outras competições na arena, mas só participam da gestão nos dias de seus jogos. Em janeiro de 2021, um incêndio atingiu parte das cabines de imprensa do Castelão. Não houve feridos. Nesse período já havia reclamação dos clubes de problemas no estádio, principalmente no gramado e vestiários.

Cadeiras quebradas não haviam sido consertadas, mesmo sem a presença de público nos estádios por causa da pandemia, o que assustou membros da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) que visitaram o Castelão em fevereiro de 2021 para vistoriar o equipamento que era candidato a receber a final da Copa Sul-Americana no ano passado. O estádio não foi escolhido.