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Marcel Rizzo

REPORTAGEM

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'As finais da Libertadores eram guerras', diz presidente da Conmebol

Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, em evento na CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Alejandro Domínguez, presidente da Conmebol, em evento na CBF Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Colunista do UOL

30/08/2022 10h58

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Alejandro Dominguez, presidente da Conmebol, disse que a ideia de realizar a final da Libertadores em jogo único nasceu depois que a entidade levantou que de dez edições da competição, em sete o time mandante no segundo jogo saiu campeão. O plano, segundo ele, foi equilibrar o confronto em campo neutro. Mas não foi só isso.

"As finais da Libertadores eram uma guerra, uma guerra. E hoje são festa", disse Dominguez na sexta-feira (26), em Guayaquil, durante assinatura de acordo com o governo do Equador para o país ser sede da final da Libertadores-2022 masculina, em 29 de outubro, e de toda a edição feminina, que terá a decisão em Quito, dia 28 de outubro.

A última final da Libertadores em dois jogos, com cada finalista atuando uma vez em sua casa, estava programada para 2018, entre os rivais argentinos River Plate e Boca Juniors. E teve a guerra citada por Dominguez. Depois de um 2 a 2 em La Bombonera, casa do Boca, o jogo no Monumental de Nuñez não ocorreu em 25 de novembro após pessoas atirarem pedras no ônibus do Boca, ferindo atletas.

O confronto ocorreu em 9 de dezembro, em campo neutro: o estádio Santiago Bernabéu, em Madri, na Espanha, numa prévia da final em partida única — o River venceu por 3 a 1 e foi o campeão. A partir de 2019, a decisão sempre foi em um confronto: primeiro em Lima (Peru), nos 2 a 1 do Flamengo sobre o River, depois no Maracanã, vitória do Palmeiras por 1 a 0 contra o Santos, e em 2021 em Montevidéu (Uruguai), título palmeirense em cima do Flamengo por 2 a 1.

"Muitas pessoas falam que mudamos para um jogo para parecer o futebol americano [a NFL, liga que organiza sua final em um jogo, o Super Bowl], ou os europeus. Mas não. Um dos nosso pilares é fazer justiça, e não somente justiça na organização, mas justiça desportiva. Mas notamos que no sistema anterior, ida e volta, de cada dez finais, sete eram vencidas pelo time que fazia como mandante o segundo jogo. Em algum momento podemos ter o país anfitrião da final única com um time em campo, mas o certo é que teremos 90 minutos, ou 120 e depois penais, para se decidir e não terá segunda oportunidade aos participantes, não haverá o que esconder. E o crescimento desse jogo foi grande, é um sucesso", disse Dominguez. A final da Copa Sul-Americana, o segundo torneio de clubes da Conmebol, também passou a ter somente um jogo para decidir o campeão.

Nas dez edições anteriores à de 2018, realmente em sete o clube mandante da volta foi o campeão. As três exceções foram em 2008, a LDU (EQU) batendo o Fluminense no Maracanã, em 2009, o Estudiantes (ARG) vencendo o Cruzeiro no Mineirão e em 2017, o Grêmio sendo campeão contra o Lanús na Argentina.

O governo do Equador, que assinou garantias de segurança e financeira para a organização da final em 29 de outubro, espera cerca de 50 mil turistas em Guayaquil, entre equatorianos de outras regiões do país e estrangeiros. As seminais da Libertadores começam nesta semana, com Athletico-PR x Palmeiras nesta terça (30), em Curitiba, e Velez Sarsfield x Flamengo, quarta (31), em Buenos Aires.