Topo

Marcel Rizzo

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Palmeiras dividirá com a Roma a indenização por Viña na Copa; veja o valor

Uruguaio Matías Viña trocou o Palmeiras pela Roma em 2021 - Divulgação
Uruguaio Matías Viña trocou o Palmeiras pela Roma em 2021 Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

14/11/2022 13h00

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

O Palmeiras receberá uma indenização da Fifa pela convocação de seu ex-lateral Matias Viña pelo Uruguai para a Copa do Mundo do Qatar, mas terá que repartir o valor com a Roma, atual clube do uruguaio. Pela regra do programa de benefícios da federação internacional, os brasileiros receberão 1/3 do total que Viña "custar" no Mundial, e os italianos, 2/3.

Caso os uruguaios cheguem à final em 18 de dezembro, Viña terá permanecido com o Uruguai o tempo máximo entre preparação e Copa e o benefício será de US$ 370 mil (R$ 1,9 milhão). O Palmeiras, portanto, ficaria com US$ 123,3 mil (R$ 651 mil). Já estão garantidos aos brasileiros US$ 68,4 mil (R$ 361 mil), o 1/3 referente a Viña caso os uruguaios caiam na fase de grupos no Qatar — estão no H junto com Portugal, Coreia do Sul e Gana.

O Palmeiras também receberá por Weverton, convocado por Tite para a seleção brasileira — mesmo se o goleiro não jogar um minuto sequer. A Fifa manteve para a Copa do Qatar o total de US$ 209 milhões (R$ 1,1 bilhão) de repasse aos clubes que cederão jogadores para a competição — mesma quantia paga em 2018, na Rússia.

Mas como o Mundial deste ano será mais curto, 29 dias em vez de 32 e com uma semana a menos de preparação para as seleções, o valor da diária que a entidade pagará aumentou de US$ 8,53 mil (R$ 45 mil) para US$ 10,27 mil (R$ 54,2 mil).

O dinheiro é dividido por alguns critérios: o número de jogadores cedidos por cada agremiação (quem envia mais, ganha mais) e o tempo que eles ficam à disposição da seleção durante a Copa (aqueles com jogadores avançando à final também recebem mais). A Fifa indeniza os clubes que detiveram o contrato do jogador nos dois últimos anos, então se o atleta defendeu mais de uma equipe o valor pago é dividido proporcionalmente, o caso de Viña pelo Palmeiras.

A indenização começa a contar no clube que o jogador estava em novembro de 2020 e vai até dezembro de 2022. O Palmeiras ficou, portanto, com o uruguaio do início da contagem até agosto de 2021, quando o vendeu à Roma. Pelas regras da Fifa esse período equivale a 1/3 da quantia a ser distribuída pela participação de Viña na Copa.

Com quatro convocados, o Flamengo pode receber até US$ 1,23 milhão (R$ 6,4 milhões) se Brasil e Uruguai chegarem à final — Everton Ribeiro e Pedro estão na seleção brasileira e Arrascaeta e Varela na uruguaia.

Em 2018, 416 clubes repartiram os US$ 209 milhões. Para 2022, como serão mais jogadores convocados com a lista ampliada de 22 para 26 atletas, esse número deve aumentar.

Agrado aos europeus
A Fifa adotou a compensação financeira na Copa da África do Sul, em 2010, quando distribuiu US$ 40 milhões (R$ 211 milhões). Na época ocorreu o auge da reclamação de times europeus em ceder jogadores para seleções nas datas-Fifa (quando ocorrem amistosos ou partidas de eliminatórias da Copa), e também na fase final do Mundial.

Houve movimentação, inclusive, para boicote em ceder jogadores, o que contraria as regras da entidade, que exige a liberação nas datas especificadas no calendário. Além da questão física dos atletas, que se desgastam em partidas e viagens por suas seleções, havia também a questão financeira, já que os altos salários pagos continuavam a ser obrigação apenas dos clubes.

Na mesma época, a Fifa introduziu outro benefício, que é o de compensação financeira em caso de lesão do jogador em ação pela seleção nas datas-Fifa ou torneios oficiais, como a Copa do Mundo. A entidade reserva para isso cerca de US$ 100 milhões (R$ 528 milhões) por ciclo, que para a Fifa são os quatro anos entre os Mundiais.

O Esquenta da Copa conta como foi o primeiro dia da seleção brasileira na Itália, fala do papel de Vinicius Jr. no time e as polêmicas de CR7. Assista: