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Fifa transmitirá ao vivo para o Brasil os 64 jogos da Copa em seu streaming
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A Fifa decidiu transmitir ao vivo para o Brasil os 64 jogos da Copa do Mundo do Qatar em seu streaming, o Fifa+. A princípio, o país será o único que terá sinal liberado gratuitamente pela plataforma, e servirá como teste para a direção da entidade avaliar a viabilidade de passar seus grandes torneios pelo Fifa+. Como a coluna revelou há possibilidade de a Copa feminina de 2023, na Austrália e Nova Zelândia, estar no streaming mundialmente.
O Fifa+, inclusive, já aparece no site e no aplicativo oficiais da Copa como plataforma que transmitirá as partidas para o Brasil, ao lado dos veículos do Grupo Globo. A entidade escolheu a LiveMode para fazer a produção — equipes de narração e comentário já estão sendo montadas. A empresa foi selecionada pela Fifa como parceira oficial de mídia para transmitir e explorar os direitos digitais da Copa-2022 — houve acordo com o YouTube, que terá 22 confrontos ao vivo por meio do canal do streamer Casimiro Miguel.
O Fifa+ dividirá com o YouTube as 22 partidas com as reações de Casimiro, pacote que inclui a abertura, já neste domingo (20), com Qatar x Equador (13h de Brasília), todas da seleção brasileira, as semifinais e a final. Os 42 jogos restantes que Casimiro não poderá passar ao vivo em seu canal serão transmitidos pelo Fifa+ com equipes de narração e comentário próprias.
Os jogos via YouTube e Fifa+ vão concorrer diretamente com a Globoplay e o Ge.com, plataformas digitais do Grupo Globo. A emissora manteve a exclusividade da Copa-2022 para TVs aberta e fechada (SporTV), mas perdeu a dos direitos digitais, que passou a dividir com a Fifa após readequação no contrato com a renegociação de dívida causada pela pandemia.
Inicialmente a Fifa não pretendia transmitir para o Brasil os jogos da Copa em seu streaming, lançado em abril. A ideia de ter 40 mil jogos ao vivo por ano de mais de 100 federações era o de focar em torneios de menor projeção, ou de base, e não colocar de graça as Copas masculina e feminina, que rendem milhões de dólares em direitos de transmissão.
Aos poucos a direção da entidade foi mudando de ideia e resolveu usar os direitos digitais recuperados no Brasil para testar audiência e retorno de patrocinadores com jogos de seu principal produto. Para a maioria dos países há bloqueio da transmissão digital, já que empresas compraram com exclusividade, não para o Brasil. Para a Copa do Mundo de 2026, por exemplo, a entidade ainda vai negociar contratos e pode evitar dar exclusividade digital, abrindo caminho para usar sua plataforma e ganhar dinheiro com isso.
"A plataforma da Fifa para distribuição de conteúdos confirma o óbvio: o futuro (e o presente) do esporte passa pelo streaming. A postura absolutista do futebol sempre foi, em muito, bancada pela própria Fifa. O crescimento da federação sempre foi auto centrado. A despeito dos avanços de comportamentos e tecnologias, a instituição nos acostumou a decisões conservadoras, desconectadas do novo e que pretendiam impor a força do esporte a quem estivesse ao redor. Quando a Fifa faz este pequeno movimento sobre sua plataforma é um marco, pois sinaliza um posicionamento de se tornar ela mesma uma distribuidora de conteúdo e não só uma licenciadora que entrega sua matéria-prima para TVs do mundo inteiro", disse Bruno Maia, especialista em inovação e novas tecnologias do esporte e entretenimento e sócio da Feel The Match, desenvolvedora de propriedades intelectuais para Web3 e Streaming.
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