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Por que Palmeiras considera venda de Endrick a maior do futebol brasileiro
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A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, anunciou a venda do atacante Endrick, 16, ao Real Madrid (ESP) como a maior da história do futebol brasileiro. O clube não anunciou valores, por causa de cláusula de confidencialidade, mas os termos acabaram conhecidos: uma operação total de 72 milhões de euros (R$ 404 milhões). São 60 milhões de euros (R$ 336 milhões), com uma parte garantida maior (35 mi de euros) e outra menor por metas (25 mi de euros), e 12 milhões de euros (R$ 67 milhões) que os espanhóis pagarão de impostos em seu país.
No entendimento da direção do Palmeiras, a negociação de Endrick tem que ser considerada maior que a de Neymar do Santos para o Barcelona, em 2013, porque a soma total da venda do camisa 10 da seleção brasileira inclui, na maior parte, luvas e comissões pagas para empresas do atleta e intermediários. Esses valores só foram conhecidos um tempo depois de Neymar chegar à Espanha.
No caso de Endrick, os 72 milhões de euros envolvem os direitos econômicos e a negociação direta entre os clubes. Como a legislação não permite que jogadores menores de idade joguem por times estrangeiros, Endrick só poderá se transferir para Madri em julho de 2024. Até lá vai atuar pelo Palmeiras, que detém 70% dos direitos econômicos — os 30% restantes pertencem ao atleta.
A transação direta entre Santos e Barcelona envolveu 17,1 milhões de euros (R$ 44,8 milhões, à época). O clube brasileiro detinha 55% dos direitos econômicos de Neymar e ficou, portanto, com 9,4 milhões de euros. O fundo de investimento esportivo DIS recebeu 6,8 milhões de euros (R$ 17,8 mi, à época) por 40% e os 5% restantes (855 mil euros) eram da Teisa, grupo de acionistas ligados à gestão santista que havia comprado parte do jogador em 2010.
O Santos ainda acertou uma quantia extra, de pouco mais de 14 milhões de euros, ao dar prioridade ao Barcelona em jovens jogadores, como Gabigol, e para a realização de dois amistosos, dos quais apenas um foi feito.
Alguns meses depois, o clube espanhol admitiu ter pago US$ 86,2 milhões de euros (R$ 364,2 milhões à época) para contratar Neymar, a maior parte a intermediários e empresas ligadas ao jogador: 40 milhões de euros foram à empresa N&N, da família de Neymar, que atualmente joga no PSG (FRA).
Recentemente a justiça espanhola deu ganho de causa a Neymar em cobrança feita pela DIS, que queria incluir em seus 40% dos direitos econômicos os milhões pagos ao atleta. O entendimento foi de que o montante se referia a comissões e luvas e que não houve uma simulação contratual, ou seja, uma artimanha para esconder o real valor da transação.
A negociação de Endrick com o Real Madrid agora, ou a de Vinicius Jr. e a de Rodrygo também ao clube espanhol, em anos recentes, tiveram comissões e luvas pagas que não entram na soma total. Vinícius, por exemplo, foi do Flamengo ao Real em 2017 por 45 milhões de euros, mesmo valor que os espanhóis desembolsaram por Rodrygo, do Santos, em 2018.
Em 2012 o PSG pagou 43 milhões de euros por Lucas Moura, que era do São Paulo, o que por alguns anos foi a maior negociação de um clube brasileiro.
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