Diante de imprensa com "um atacante", Tite tenta encantar as "serpentes"
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Na entrevista concedida em 2016 ao programa Bola da Vez, da ESPN, Diego Lugano definiu Tite como o "encantador de serpentes". Na ocasião, o ex-zagueiro e atual dirigente do São Paulo justificou suas palavras alegando que o treinador da seleção brasileira "tem todos da imprensa adormecidos".
Na coletiva pós-convocação desta sexta-feira, o treinador sequer precisou de sua flauta imaginária. Ele estava ao lado de Juninho Paulista, seu atual chefe, como coordenador do time cebeefiano, que manteve vínculo com o Ituano quando já ocupava cargos na diretoria da Confederação Brasileira de Futebol.
A reportagem da Agência Sportlight que revelou tal conflito foi publicada 18 dias antes da entrevista que marcou a primeira aparição do dirigente desde então. Contudo, apenas o repórter Rodrigo Mattos, blogueiro do UOL, questionou Juninho a respeito. Ígor Siqueira, de O Globo fez pergunta a Tite sobre o tema.
Durante os 49 minutos e 11 segundos de entrevista o dirigente não mais foi questionado sobre o assunto, embora não tenha respondido ao questionamento de Rodrigo Mattos. ""Qual a garantia de que interesses privados não interferiram na gestão da seleção brasileira (...) Você não entende que essa é uma relação conflituosa, visto que a Fifa proíbe esse tipo de acúmulo de funções?", perguntou o jornalista.
"Estou muito seguro da minha competência e das minhas credenciais para exercer esse cargo em que estou. O que aconteceu foi uma orientação jurídica, essa pendência foi resolvida e perante a gestão da CBF está tudo ok", disse Juninho, sem responder ao questionamento específico que envolve, inclusive, a Fifa e suas determinações.
Tite também não respondeu à pergunta de Ígor Siqueira sobre o episódio envolvendo seu chefe. O treinador exaltou a relação de confiança entre ele o coordenador da seleção, a CBF, mas ignorou a existência do Código de Ética da entidade em sua resposta, assim como fato de o mesmo não ter sido seguido.
Muito à vontade ante questionamentos envolvendo do tatiquês à convocação de três jogadores do Flamengo, Tite aparentemente tentou encantar falando em alto "grau de competitividade" das fáceis eliminatórias sul-americanas, que reúnem algumas seleções fracas e leva metade dos participantes ao Mundial. Que derrota!
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