Sem a carta de Rodrigo Maia, brasileiro preso na Rússia fica mais isolado
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A pandemia de coronavírus isolou ainda mais Robson Oliveira, 47 anos, há mais de 12 meses detido na prisão de Kashira, a aproximadamente 80 quilômetros de Moscou. A juíza que cuidava do caso se aposentou e a audiência com sua substituta, inicialmente marcada para amanhã, 25 de março, foi adiada ante as medidas tomadas para conter o avanço da doença.
Ele foi preso com Mytedom 10mg, o cloridrato de metadona, medicamento proibido na Rússia, que levara em mala pertencente a familiares de Fernando. O jogador contratara Robson e sua companheira, Simone Barros, como cozinheira e motorista. Os remédios eram para William Pereira de Faria, pai de Raphaela, mulher do atleta que logo trocou o futebol russo pelo chinês.
Além disso, os advogados do brasileiro encarcerado na Rússia aguardam há meses por uma carta assinada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. O envio de tal ofício foi sugerido pelo embaixador russo em Brasília (DF), Sergey Akopov. "Solicitamos a carta e ele nunca respondeu objetivamente", explica o deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ).
O parlamentar faz parte do grupo que procurou as autoridades russas com o intuito de encontrar uma maneira de, diplomaticamente, ajudar o brasileiro detido. O blog telefonou para Rodrigo Maia e enviou mensagens, sem resposta. Caso o presidente da Câmara assine o documento, a defesa terá mais argumentos para lutar pela liberdade de Robson.
Só em 10 de abril Pavel Gerasimov, novo advogado russo do brasileiro, irá revê-lo e dar prosseguimento ao processo. Em Kashira, ele divide cela com presos de outras nacionalidades, mas sofre por ser negro e nao falar russo, sendo alvo de chacotas. Ele me disse que estava bem mal e pediu: "Me tira daqui, pelo amor de Deus, estou morto", conta Olímpio Soares, advogado brasileiro de Robson, que esteve na Rússia semana passada.
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