Estilo Mourinho e aprendiz de JJ: europeus "apresentam" o Abel do Palmeiras
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Quem é Abel Ferreira, técnico que comandará o Palmeiras nesta temporada? O português de 41 anos tem perfil disciplinador, gosta de montar os times a partir da defesa e de jogar em contra-ataque. Na partida pela preliminar da Champions League, quando eliminou o Benfica de Jorge Jesus, o PAOK, da Grécia, agora seu ex-clube, venceu por 2 a 1 com apenas 27,6% de posse de bola, oito finalizações (a metade das do time de Lisboa) e duas no alvo.
A equipe comandada por Abel não chegou à fase de grupos porque na etapa classificatória seguinte perdeu para o Krasnodar pelo mesmo placar (42,4% de posse). A média do time grego nos cinco compromissos que disputou entre Champions e Europa League foi de 47,3%, com 63 finalizações, 20 no alvo e cinco nas redes. Nesses compromissos, o PAOK sofreu 51 arremates contra sua meta, 19 certos e seis se transformaram em tentos adversários.
As estatísticas TruMedia/ESPN mostram 49,9% de posse da pelota em casa e 43,6% fora, nessas pelejas recentes, quando o time da Grécia fez, em média, 23,4 cruzamentos por jogo. O blog conversou com jornalistas e analista tático de Portugal e da Grécia para conhecer melhor o perfil do novo treinador palmeirense. Antes do PAOK, ele teve boa passagem pelo Braga, uma espécie de "quarta força" do futebol português, atrás do campeão atual, Porto, e dos mais importantes times da capital, Benfica e Sporting.
"Ele é aprendiz de Jorge Jesus e foi jogador do ex-técnico do Flamengo. Diz que taticamente aprendeu muito com ele. Seu estilo de futebol é vertical e com rigor tático. Também costuma defender em 4-4-2, mas tem pouca experiência em times profissionais principais. Foram dois a três anos no Braga e recentemente no PAOK. No Braga bateu muitos recordes do clube, mais pontos, vitorias", resume Pedro Bouças, do Canal 11 de Portugal.
"Abel é um tipo inteligente, bom de estratégia e que sabe ler o jogo, gosta de atuar com dois avançados e dá muita importância a quem joga no meio, onde prefere ter alguém que faz (o time) jogar. E também prefere laterais que apareçam na frente para desequilibrar", acrescenta Paulo Alexandre Santos, jornalista português das rádios (Comercial, M80, Smooth FM e Cidade) do grupo Media Capital e co-autor do podcast Bola ao Lado.
O jornalista Gonçalo Lopes, que escreve para o site plataformamedia.com, vê o novo palmeirense como um treinador que gosta muito de posse de bola, de controle total sobre o jogo: "Não é de arriscar muito, começa por dar prioridade ao processo defensivo. Procura sempre essa estabilidade defensiva, para depois ter uma interessante saída de bola a três no meio e depois um ataque em bloco que procura sufocar os adversários".
E na Grécia, qual a imagem deixada por Abel Ferreira? "É um treinador que não se atém a um plano tático. Durante sua passagem no PAOK, jogou 4-3-2-1, 4-4-2 e 3-4-1-2. Ele tenta tirar o máximo de seus laterais. As suas equipes iniciam a sua formação tanto a partir deles como dos defensores centrais. Aqui começou com problemas na defesa e no final da última temporada passou de 4-2-3-1 para 3-4-1-2", relata o jornalista grego Antonis Tsakaleas, do www.repress.gr e do site paok24.com.
"Gostei bastante da escolha (do Palmeiras). Depois do Jesus é, sem dúvida, um dos melhores portugueses. Na gestão de grupo é rigoroso e afasta quem não se comporta como ele quer. Cumpridor das regras, não é amiguinho dos jogadores, embora não crie má relação. É disciplinador, mas justo". acrescenta Bouças. "Parece-me um técnico muito pedagógico com os jogadores. O problema é só a diferença entre futebol brasileiro e europeu. Depende da adaptação", adverte Santos.
"O PAOK era mais sólido, mas tinha problemas para vencer times que jogavam no estilo defensivo. Ganhou jogos contra Besiktas e Benfica no contra-ataque, mas o não conseguiu vencer diante de times que eram firmes na defesa, como Volos e AEK. Teve problemas para marcar gols. Creio que ele tentará fazer uma defesa sólida e trabalhará para encontrar o caminho para que a equipe tenha chances de gols", prevê Tsakaleas.
"É muito cauteloso, frio e calculista. Ao estilo de Mourinho. Não é bom esperar um futebol espetáculo, como o de JJ, mas sim muito mais pragmático. Vai depender muito da equipe que terá. No primeiro ano de Braga e agora no PAOK jogou dessa forma. Equilibrado, sempre atrás, e depois busca o contra ataque bem pensado e sufocante. Foi assim que limpou o Jorge Jesus na Champions", destaca Gonçalo Lopes.
O jornalista português recorda que no segundo ano de Braga Abel perdeu equilíbrio no meio campo, mas conseguia, quase sempre, mudar fácil de estratégia em pleno jogo, para vários sistemas. "Como não tinha o tal meio campo bom a três, jogava mais em profundidade. A opção preferida dele é começar a jogar atrás e depois o meio campo pegar a bola para a frente. O modelo favorito do Abel é um 4-4-2, moldável durante o jogo. Sendo que um homem de meio-campo sempre mais recuado, não um 4-1-3-2, porque gosta que o volante suba sempre um pouco mais para dar apoio ao tal tridente do meio que transporta o jogo", conclui.
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