Nomeação de vice que criticava austeridade e elogiava Patrícia agita o Fla
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Novembro foi um mês agitado na política do Flamengo, com a renúncia do vice-presidente de esportes olímpicos, Delano Franco. Ele alegou que o presidente Rodolfo Landim não cumpriu o acordo firmado com Bernardinho, por intermédio de quem o clube firmou uma parceria com o Rio de Janeiro Vôlei Clube, como o UOL Esporte informou no dia 19.
Para o lugar do dirigente que se afastou, foi nomeado Guilherme Kroll. Na eleição de 2015, que reelegeu Eduardo Bandeira de Mello, ele era candidato ao cargo que agora ocupa na chapa branca, então encabeçada por Cacau Cotta, que é o atual diretor de Relações Externas.
Já em 2018, quando Rodolfo Landim foi eleito, Kroll esteve ao lado de Marcelo Vargas, novamente na chapa de cor branca, com apoio de Leonardo Ribeiro, o "Capitão Leo", ex-presidente da Torcida Jovem e presidente do Conselho Fiscal nas gestões de Márcio Braga e Patrícia Amorim. Em 2015 ele acabou expulso do quadro de associados.
O perfil do novo VP despertou reações, inclusive devido ao discurso por ele adotado quando em campanha, contrário à austeridade que recolocou o clube nos trilhos - clique aqui e veja vídeo. Se Vargas fosse eleito, ele seria o executivo de futebol do Flamengo.
"Falavam para o mundo inteiro que o Flamengo pagava as dívidas ou fechava as portas. Eles afugentaram toda e qualquer pessoa que quisesse botar dinheiro no clube para transformar o clube em campeão. Quem quisesse associar sua marca com vitória. Então eles buscaram algumas pessoas para associar a imagem com austeridade, e não com vitória. A vitória vale infinitamente mais (...). Então, todo aquele início daquela chapa azul, pra mim, foi absolutamente medíocre, apesar de competente. Gênios do marketing (...)", disse, no final de 2015, em campanha, durante entrevista ao canal do Blog Ser Flamengo no YouTube (vídeo abaixo).
"Pelaipe saiu do Flamengo dizendo que não dá pra trabalhar com essa diretoria. Mano Menzes saiu do Flamengo dizendo que não dá pra trabalhar com essa diretoria. Vanderlei Luxemburgo diz que não dá pra trabalhar com essa diretoria, que não sabem nada de futebol. Será que esses cascudos estão errados. Acho que tudo é um fracasso (...)", falou Krool na campanha de 2018, em participação no canal do YouTube Flamengo Em Dia (vídeo abaixo).
"O dinheiro que está vindo para sustentar esse time de basquete não é um dinheiro conquistado através de patrocínios da força da camisa do Flamengo (...). A Patrícia (Amorim) sim, manteve o basquete do Flamengo com dinheiro do clube", elogiou, citando a ex-presidente que deixou o cargo em 2012, quando o clube tinha a maior dívida do país (R$ 750,7 milhões, ou R$ 1.371.997,26 em cifras de novembro de 2020, corrigidos pelo IGP-M/FGV).
Na verdade, a política de austeridade mudou os rumos do Flamengo. Adotada na virada de 2012 e 2013, quando nomes como Landim, Wallim Vasconcelos, Rodrigo Tostes e Luiz Eduardo Baptista, o BAP, ainda integravam a chapa que foi, à última hora, encabeçada por Eduardo Bandeira de Mello, fez o clube recuperar credibilidade, alavancar receitas e viabilizou a formação de elencos cada vez melhores no futebol, até a forte equipe atual campeã da Taça Guanabara, (bi) do Campeonato Carioca, da Recopa Sul-americana, da Supercopa do Brasil, da Libertadores da América e da Série A do Brasileirão.
A nomeação de Kroll agitou os bastidores, desagradou opositores de Landim, integrantes da gestão anterior, como o ex-vice de finanças Claudio Pracownik (acima), e até da atual. O blog entrou em contato com o vice-presidente de comunicação e marketing do clube, Gustavo Oliveira.
"O Kroll foi escolhido, entre outras, por ter sido ex-atleta, ex-diretor de basquete do Flamengo, por coordenar, até pouco tempo, um trabalho bem interessante na área de esportes olímpicos/ base em uma cidade do Estado do Rio de Janeiro, por ser um rubro-negro muito participativo no clube e nos estádios e arenas olímpicas, por ser querido e presente entre os sócios do clube, por ser um dos nomes indicados por importantes apoiadores da atual gestão e pela boa imagem que o Landim tem dele. O cargo exige uma presença e dedicação importantes. Como as VPs do Flamengo não são remuneradas, nem todos podem disponibilizar seu tempo e trabalho de graça para o Flamengo. Estamos esperançosos que ele desenvolva um ótimo trabalho, seguindo o caminho vencedor dos esportes olímpicos do clube", respondeu.
Questionado sobre a postura do novo dirigente quando das campanhas anteriores, o VP de comunicação do clube disse: "Era uma posição de cinco anos atrás. O sucesso da política que adotamos fez com que ele e muita mais gente no Flamengo mudasse de opinião. O Kroll vai coordenar os esportes olímpicos dentro da filosofia que implantamos".
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