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Fla tem atuação pífia, mas é campeão. Inter, desta vez, tem do que reclamar
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O raio não cai duas vezes no mesmo lugar, dizem. Cai sim! Como em 2009, quando foi campeão em incrível arrancada, o Flamengo somente na rodada 37 virou líder. E repetiu a dose erguendo o troféu. Se na última rodada o jogo era contra o tricolor gaúcho, o Grêmio, agora foi diante de outro tricolor, o São Paulo. Secando, o mesmo Internacional, também há cerca de 11 anos.
A freguesia rubro-negra diante dos são-paulinos na temporada se confirmou, com derrota por 2 a 1, placar agregado de 11 a 3, atuação desastrosa do goleiro Hugo e constrangedora do time carioca. Que deve agradecer ao Corinthians. Já sem meta no certame com a vitória do Athletico sobre o Sport, que garantiu o nono lugar ao time paranaense, os corintianos seguraram o Inter num 0 a 0 que salvou a pele rubro-negra.
O VAR intervencionista brasileiro novamente entrou em ação e, em mais uma demonstração de falta de critério do apito verde-amarelo, convenceu o árbitro a voltar atrás e cancelar, equivocadamente, um pênalti para a equipe gaúcha no primeiro tempo, o que poderia ter alterado o curso da história, evidentemente.
Depois de ouvirmos o áudio do VAR e suas trapalhadas no polêmico gol do Inter sobre o Vasco, que não se sabe se foi legal, ou não, assusta imaginar que mais um diálogo inverossímil, típico dos trapalhões, pode aparecer na anulação do penal para o Colorado. Nesse campeonato, todos têm suas queixas contra a patética arbitragem de vídeo, certamente.
O Inter de Abel Braga foi valente e, se erguesse o troféu, escreveria uma bela história. Ele assumiu o time antes da 21ª partida, encontrando-o em segundo lugar, quatro pontos atrás do líder, São Paulo. Na 24ª rodada estava em sétimo, sem vitórias e criticado, pois seu antecessor, Eduardo Coudet, foi líder desde a quinta rodada, saiu da ponta na 11ª, a recuperou na 17ª, lá seguiu na 18ª e logo depois foi para a Espanha comandar o Celta de Vigo.
Mas o Internacional surpreendeu. Se para muito estava fora da briga pelo título, na prática o cenário era outro. Voltavam à "moda" os velhos métodos de "Abelão", com pouca posse de bola e jogo apoiado em defesa feroz, contra-ataques e lances aéreos. Na 31ª o Colorado era novamente líder. E alcançaria nove vitórias seguidas.
Lá se manteve até a 36ª rodada, quando perdeu para o Flamengo. A essa altura, com os dois times lutando pelo título e os demais ficando pelo caminho, era claro o duelo de estilos entre Abel e Rogério Ceni, que esteve por um fio no clube carioca, mas conseguiu se reerguer, apesar da horrível atuação de seu time no jogo do título. E, mesmo que seus "odiadores" não admitam, fez algo que nem o badalado Jorge Jesus fez, montando um time técnico, que sai para o jogo, embora a última imagem tenha sido péssima.
Com o ex-goleiro no comando, os rubro-negros reuniram no time titular seus seis mais talentosos atletas, Gérson, Diego, Everton Ribeiro, Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol. Willian Arão foi transformado em zagueiro e se saiu bem na maior parte do tempo. Ceni ousava, se arriscava e ia dando certo, afinal, o time reagiu quando parecia incapaz de fazê-lo.
Ganha o campeonato brasileiro pela oitava vez esse Flamengo caro, técnico, com muita qualidade, mas que depois da ressaca pós-conquista, precisa admitir seus erros, reconhecer seus defeitos, a atuação constrangedora no Morumbi e corrigir muita coisa para a temporada 2021. E ela já vai começar.
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