Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Ceni procura problemas, Fla volta aos tempos de Joel e vive drama patético
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A LDU chegou ao Maracanã vindo de quatro derrotas seguidas nas quais sofrera 12 gols. Em crise, ao contrário do time que o Flamengo visitou em Quito 15 dias antes, quando estava invicta em 2021. Portanto, um adversário em situação bem diferente e próximo da eliminação na Libertadores após a vitória, mais cedo, do Vélez sobre o Unión La Calera.
Bastava ao Flamengo empatar contra essa equipe no Maracanã. Mas a instituição (sim, a decisão não é apenas do treinador) resolveu na semana passada que tinha de ir com tudo para a final carioca com o Fluminense. Por isso titulares atuaram sábado, por isso a escalação diferente na noite tensa desta quarta-feira pela Copa Libertadores.
Mas precisava ser tão diferente, Rogério Ceni? Nem tanto pelos três zagueiros, mas pela presença de Vitinho na ala, a saída de Willian Arão do setor defensivo (era titular quando formavam uma dupla, quando vira um trio sai do setor?), uma estrutura muito alterada para uma partida importante demais. Não era hora de arriscar tanto.
O cenário piora com a merecida expulsão de Arão. Aos 15 minutos de peleja os rubro-negros estavam com 10 homens. Mesmo assim abriram o placar em "malabarismo-centroavântico" de Pedro. Mas nem era preciso a LDU fazer muito. Escanteio e bola tocada para Alcivar, com todo o espaço do mundo, ele cruza e Guerra cabeceia entre Gerson e Gustavo Henrique para empatar.
A fragilidade rubro-negro no jogo aéreo defensivo é algo indesculpável, não se explica, não faz sentido. Seja com qualquer formação, duplas, trios de zagueiros, volantes na zaga, basta erguer a pelota na área rubro-negra e tudo se resolve. Para o adversário do Flamengo, evidentemente.
Rogério Ceni escolheu o pior momento para fazer experiências profundas, ainda mais com esse retrospecto defensivo. Nessas horas, quanto mais simples melhor, buscando segurança e eficiência e sem exposição. Fez o inverso e nem a precoce expulsão de seu, desta vez, volante, justifica a maneira como saíram os dois gols equatorianos.
O segundo, por sinal, voltando a escancarar a fragilidade do zagueiro Bruno Viana, que amplia seu repertório de erros crassos, vistos em partidas como diante de Vasco, Unión La Calera e agora LDU. A bola de Amarilla encontrou Jhojan Julio, que se livrou do beque emprestado pelo Braga com uma constrangedora facilidade.
Mesmo perdendo o Flamengo não ficaria em situação dramática, mas viveria dias mais tensos e desnecessários. Tivesse um sistema defensivo minimamente seguro, não passaria o que passou. Se Ceni pretende ser um treinador que foge dos lugares comuns, precisa preparar o alicerce para suas experiências, uma base que hoje não tem.
Ao final, a decisão institucional, que vem de cima mesmo, pela atenção total às finais do Estadual. Não, a opção de colocar time mais forte contra o Fluminense e um misto na Libertadores não é apenas do técnico. Nem pode ser, não cabe a ele tal poder, mas sim à instituição. O Flamengo da noite desta quarta-feira lembrou o de 2008, do papelão contra o América do México, festejando Joel Santana.
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