Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.
Liga de Clubes é necessária, ideia merece apoio, mas como não desconfiar?
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Ao longo de muito tempo, fala-se sobre a Liga de Clubes no futebol brasileiro. Cinco anos antes da criação da mais bem-sucedida experiência do gênero, a Premier League, o Brasil teve a sua, em 1987, com a Copa União. Não durou muito tempo e morreu em meio a traições e brigas na justiça. Típico dos cartolas do nosso futebol.
Ao ver que os clubes conseguiram, a toque de caixa, promover algo melhor do que aquilo que ela fazia, a CBF, que na ocasião, antes, se dizia incapaz de organizar o campeonato brasileiro, o quis de volta e não mais largou. Mas hoje, admitamos, a competição tem algo que não existia na época, uma fórmula definida e amadurecida.
Desde 2003 se disputa o Brasileirão em pontos corridos, com 20 clubes a partir de 2006. Os rebaixados não voltam mais à primeira divisão pelo tribunal, mas no campo, e o acesso, como o descenso, continua sendo respeitado da Série A à Série D. Antes, a CBF jamais repetira uma fórmula de disputa, a cada temporada algo mudava no regulamento.
Mas o que, aparentemente, não se modificou é o pensamento individual. Ainda impera na maioria dos dirigentes o "Farinha pouca, meu pirão primeiro" do ditado popular cantado por Bezerra da Silva. E aí fica difícil acreditar que a ideia vá adiante. A ação dos clubes merece apoio, mas as dúvidas, a desconfiança de muitos, é mais do que compreensível.
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