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Nos bastidores do Fla, cresce o arrependimento pela contratação de Renato
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Nos bastidores há arrependimento. Dentro da estrutura do departamento de futebol do Flamengo o tema é evitado, mas pessoas já admitem que a contratação de Renato Gaúcho Portaluppi foi um erro. Um erro crasso, perceptível por qualquer um que tenha acompanhado com o mínimo de atenção o time do Grêmio por ele treinado nas temporadas 2019 e 2020, sempre assessorado por Alexandre Mendes, seu auxiliar.
Em 19 de abril cresciam as críticas a Rogério Ceni. Renato havia deixado o tricolor gaúcho quatro dias antes. Em contato com personagem influente no clube, o blog questionou se havia a possibilidade de o ex-gremista ocupar o cargo do atual técnico do São Paulo. A resposta: "Nenhuma. Renight? Nem f..." Perguntada se o prestígio, a atratividade que o técnico tinha em 2018 ainda existia, a fonte respondeu: "Não existe".
Naquele ano, antes da eleição de Rodolfo Landim para a presidência do Flamengo, Renato foi procurado pela chapa que seria vencedora, então na oposição, e também pela da situação, encabeçada por Ricardo Lomba. O treinador optou por permanecer no Grêmio. Em 2019, quando a equipe por ele treinada foi massacrada pela de Jorge Jesus na semifinal da Libertadores, as reações eram de orgulho e alívio por ter preferido permanecer em Porto Alegre.
Depois da eliminação para o Athletico na Copa do Brasil, o blog conversou com pessoas que atuam e/ou transitam no futebol rubro-negro em off (termo em inglês do jargão jornalístico que significa fora dos registros, ou seja, informação de fonte que permanecerá anônima). Mesmo que não seja unânime, está claro, o arrependimento reina pela escolha do substituto de Ceni, por mais que fosse o nome mais fácil naquele momento.
Fica evidente que nem todos, a maioria talvez, no Flamengo tinham uma noção do nível de futebol que o Grêmio vinha apresentando nas duas temporadas anteriores, em que pese o atropelamento dos 5 a 0, que começara no empate (1 a 1) em Porto Alegre, com os donos da casa amplamente dominados. Em especial na etapa inicial, e escapando da derrota com o VAR anulando, de maneira polêmica, gols rubro-negros.
Renato, ao que parece, foi contratado sem que os envolvidos notassem, percebessem que seu ex-time vinha mal. Foi campeão gaúcho em 2020 perdendo em casa para o Caxias, que não tinha "elenco de R$ 200 milhões", argumento por ele usado meses antes. Caiu na Copa do Brasil 2018 para o Flamengo de Maurício Barbieri, na de 2019 para o Athletico e na de 2020 foi facilmente batido pelo Palmeiras de Abel Ferreira na decisão.
Na Libertadores, após os 5 a 0, na de 2020 o Grêmio de Renato foi goleado pelo Santos de Cuca na Vila Belmiro. Já na de 2021, caiu ainda na fase preliminar ante o Independiente Del Valle, que sequer pôde jogar na altitude de Quito, sua aliada. O governo do Equador proibira partidas de futebol no país naquele momento da pandemia e a equipe mandou a ida no Paraguai, vencendo por 2 a 1, placar que repetiu na Arena gremista.
Depois do empate em 2 a 2 com o Athletico num festival de equívocos do treinador no segundo tempo, o blog voltou a entrar em contato com a fonte que há pouco mais de meio ano respondera "Renight? Nem f...". Perguntada sobre o arrependimento interno pela escolha, evitou o assunto, mas nem assim deixou de transparecer a sensação que impera. "Não posso comentar isso".
Óbvio. Não estivesse entre os arrependidos, defenderia o técnico, demonstraria confiança no trabalho de Renato Gaúcho Portaluppi e responderia com a mesma convicção demonstrada cerca de seis meses antes. Algo como: "Se arrepender pela contratação do Renato? Nem f...".
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