Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Futebol realmente profissional não pode se pautar pelo que pede o torcedor
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Dizem que "a voz do povo é a voz de Deus". Se tal máxima traduz a verdade, então Deus não entende muito de futebol. Isso mesmo, porque em geral o torcedor, ou seja, o povo, não conhece o assunto com tanta profundidade.
E não poderia ser diferente. Um profissional dedicado ao esporte, que dele e para ele vive, tem obrigação de conhecer mais sobre tudo que o envolve. Os caminhos, as dificuldades, os processos…
Por que enquanto o torcedor trabalha, estuda, passa o dia com outras preocupações, obviamente prioritárias, esse profissional se dedica ao futebol. Isso independe de ser ele um técnico, jogador, jornalista, dirigente.
Sim, um dirigente profissional tem que, obrigatoriamente, ser mais capacitado para tomar decisões do que o torcedor. Claro, se ele tiver competência, caso não seja bom, provavelmente se limitará a seguir a "voz do povo". Convenientemente, até pelo próprio instinto de sobrevivência.
Obviamente o torcedor tem total direito de se manifestar, elogiar, criticar, aplaudir, vaiar… E há aqueles que realmente se dedicam a estudar o jogo e conhecê-lo melhor. Mas são minoria. Assim, as grandes decisões devem ser tomadas por gente que se qualificou para tanto. E ganha para isso. O
O torcedor não deve ser ignorado, evidentemente. Mas defender departamentos de futebol sob real profissionalização e entregar decisões importantes apenas ao que pede a massa é omissão. Com pitadas de demagogia em muitos casos. Uma gigantesca contradição.
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