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Mauro Cezar Pereira

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Da esperança ao sal grosso e à vitimização: o Corinthians na final da Copa

Vampeta jogou sal grosso na taça da Copa do Brasil antes de Corinthians x Flamengo - Reprodução/SporTV
Vampeta jogou sal grosso na taça da Copa do Brasil antes de Corinthians x Flamengo Imagem: Reprodução/SporTV

14/10/2022 04h00

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Antes de Corinthians x Flamengo, primeiro jogo decisivo na Copa do Brasil, a expectativa era por um cotejo mais equilibrado do que os 2 a 0 impostos rubro-negros na Neo Química Arena, pela Libertadores, em 2 de agosto. Afinal, o elenco corintiano ficou mais forte desde então.

O otimismo crescia, assim como a esperança numa vitória que levaria os alvinegros a jogar com vantagem no Maracanã. O diálogo imaginário abaixo resume o que era o pré-jogo no lado paulista da final.

"Fausto Vera está bem, virou titular, naquele confronto ele mal havia chegado ao Timão", disse um corintiano, tatuagem do gol de Basílio no braço.

"Renato Augusto ainda voltava de lesão, agora ele está bem, inteiro", completou outro, segurando um imagem de São Jorge.

"E tem o Balbuena na zaga, sem falar que a dupla de ataque está mais entrosada", destacou um terceiro, enquanto fechava um pacotinho de sal grosso com a foto de Vampeta.

Mas o jogo não correspondeu às expectativas. Nos 90 minutos o Corinthians não criou chances claras de gol e a melhor oportunidade foi fruto de um grave erro de Léo Pereira, que joga no adversário.

Já o Flamengo, sem ser brilhante, fez de Cássio o melhor em campo, seguido pelo zagueiro Gil. Renato Augusto bem que tentou, mas deixou o campo exausto de tanto correr atrás dos oponentes, que ficavam muito mais tempo com a bola.

Roger Guedes, que deveria explorar a fragilidade do lado direito da defesa rubro-negra, acabou não conseguindo atacar o setor de Rodinei. Também saiu no segundo tempo, nitidamente inconformado. Ele não teve chance.

Mas entre os corintianos o pós-jogo foi o inverso, com enorme conformismo com a paupérrima atuação. E foi colocado de lado o fato de, diante do recorde de público em Itaquera, o time não ter agredido o Flamengo como se esperava.

A muleta da vez foi o suposto pênalti não marcado para o time da casa. Narrativa insistente que segmentos da mídia alvinegra se dedicaram a explorar na quinta-feira em busca de cliques desesperados, claro.

E segue a repetição teimosa de uma versão totalmente enviesada sobre jogada que, no máximo, com enorme boa vontade, pode ser vista como polêmica. O esforço para que ela vire "verdade" é hercúleo.

Enquanto isso, poucos se preocupam em observar o quão fraca, pálida, tímida foi a atuação do Corinthians. Mesmo com os reforços, com Vera entrosado, Renato Augusto inteiro, Balbuena de volta...