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Favoritismo dado ao Brasil é roteiro que se repete e costuma não vingar
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Pronto, a imprensa internacional, os torcedores, o mundo do futebol já tem a seleção favorita à conquista da Copa do Mundo: o Brasil. Sabe-se lá como, mas não são raros os que apontam os comandados de Tite como principal equipe para erguer o troféu de campeão no Catar em 18 de dezembro.
Trata-se de um gesto de ousadia, ou mero chute. Impossível apontar, com propriedade, um favorito em torneio tão imprevisível. O Mundial tem jogos eliminatórios únicos, aqueles nos quais tudo pode ocorrer. Sim, a fase de grupos até permite que sejam feitas projeções razoáveis, mas depois...
Na última vez que saiu campeão o Brasil sofreu para se classificar e não era o "favorito". Tal rótulo em 2002 era da Argentina de Marcelo Bielsa, avassaladora no pré-Copa e que na Coreia do Sul e Japão sucumbiu como a economia do país, que na ocasião enfrentava a maior crise de sua história de crises.
Arbitragens polêmicas contra Turquia e Bélgica à parte, o Brasil enfrentou alguns adversários não tão desafiadores. Camisas pesadas caíram com o apito desastroso em jogos contra os anfitriões sul-coreanos e duas seleções pouco cotadas decidiram o título, com os brasileiros vencendo a Alemanha na final.
A França chega a Doha desfalcada, mas tem, ainda assim, bons jogadores e a melhor dupla ofensiva do planeta, Mbappé e Benzema. Os ingleses foram semifinalistas há quatro anos, a Argentina não perde há 35 jogos, os alemães são sempre competitivos e vêm renovados, como a rejuvenescida Espanha, a Bélgica ainda pode ser perigosa, a Holanda tem força...
Em 2006 o Brasil também era "favorito", como em 2014, jogando em casa. Deu no que deu. Melhor esperar a bola rolar, sem adivinhações.
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