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Mauro Cezar Pereira

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Gestão de grupo, a muleta da seleção brasileira em plena Copa do Mundo

Tite durante jogo do Brasil contra a Suíça, pela Copa do Mundo do Qatar - Chris Brunskill/Fantasista/Getty Images
Tite durante jogo do Brasil contra a Suíça, pela Copa do Mundo do Qatar Imagem: Chris Brunskill/Fantasista/Getty Images

Colunista do UOL, em Doha

30/11/2022 14h50

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Tite vai de time reserva contra Camarões na sexta-feira. Normal. Já classificada, a seleção brasileira está em condições confortáveis e preservar titulares é uma quase obviedade.

Na mídia, a palavra da vez é "gestão de grupo". Como se o técnico tivesse que explicar, com os joelhos no milho, a cada jogador por que está escalando A ou B neste ou naquele dia.

A França mandou a campo um time reserva contra a Tunísia. Mas os jornalistas franceses não pareciam alvoroçados no Estádio da Educação com o fato de Mbappé e companhia iniciarem o cotejo no banco.

Os campeões do mundo foram derrotados, apesar de, na parte final do jogo Didier Deschamps ter colocado cinco titulares em busca do empate. Que veio, mas foi anulado por interferência do VAR.

Tite é o treinador do Brasil, ele convoca, treina, define a estratégia e escala. Copa é um evento rápido com 90 minutos eliminatórios a partir do quarto compromisso. Não há tempo para grandes dúvidas, testes exaustivos, muito menos maiores explicações.

Tão chato quanto o dialeto "titês" é essa repetição de justificativas por tabela que pipocam aqui e ali, como se o treinador não pudesse tomar decisões sem o aval do grupo. Como se fosse refém dos jogadores. Não pode ser.

Ora, quem lidera, chefia, assume responsabilidades e toma grandes decisões. Tite é experiente o bastante para tanto. Cabe aos atletas também serem maduros diante de suas escolhas, independentemente do modelo de "gestão".