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A Copa se mostrou grande demais para Tite, que fracassou pela segunda vez
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Tite assumiu merecidamente a seleção brasileira em 20 de junho de 2016. Era, de fato, o melhor técnico em atividade no futebol brasileiro. Destacadamente.
O time da CBF se arrastava nas eliminatórias, fora da zona de classificação. O cargo era ocupado por Dunga, uma invenção da entidade, que nele insistia.
Ao assumir, Tite organizou o time e ganhou jogos consecutivos em cima dos adversários sul-americanos. Assim, classificou o Brasil com folga para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia.
Caiu diante da Bélgica em jogo no qual o time de Roberto Martínez o surpreendeu no primeiro tempo, com De Bruyne mais adiantado e Lukaku pela direita. Ali deficiências da comissão técnico ficam expostas.
Nova chance a ele foi dada, um ciclo inteiro até o Mundial. Mais uma classificação com sobras no fraco torneio eliminatório sul-americano e rumo ao Qatar.
Não é possível dizer que não teve oportunidades. Não faltaram condições, tempo, jogadores... Então porque o time chega ao Mundial e decepciona?
A resposta é simples: não foi bom o trabalho de Tite, sua equipe não era bem treinada como deveria, pela qualidade dos atletas. E isso ficou evidente, como determinadas deficiências dele como treinador.
Diante de uma Croácia perigosa, mas previsível, capaz de cadenciar o jogo e fazê-lo se arrastar no ritmo que lhe convinha, o técnico brasileiro nada de eficiente fez. Rigorosamente nada que se mostrasse eficaz.
Trocas de jogadores das mesmas posições sem alterar o sistema, sem pelo menos tentar surpreender o adversário. Isso no jogo em que os croatas dominavam o meio-campo.
Brozovic, Kovacic e Modric formam um trio pesado. Controle de bola, passes precisos, aproximação e, no caso dos dois primeiros, força também. Tudo temperado pela absurda lucidez do camisa 10.
Não, a Croácia não queria sufocar o Brasil, até pela carência de homens de frente para tal. Ele desejava cozinhar 0 a 0 que empurrava a responsabilidade para o outro lado.
O gol de Neymar, em jogada individual (só poderia ser assim) aproximou de uma vitória pela qual não trabalhara o bastante. Era fruto do talento em meio ao coletivo pobre.
E o próprio autor do golaço não atuava bem, como quase todos. O empate inusitado em contragolpe no segundo tempo da prorrogação com o Brasil vencendo resume os problemas do time.
Desorganizado, com lateral que ele trocou de posição, volante que entrou para segurar o jogo posicionado como se atacante fosse... Tudo errado e então Petkovic fez 1 a 1.
As cobranças de pênalti, encerradas sem que Neymar, o melhor batedor, não tivesse sua chance, são um capítulo à parte. E a explicação pior ainda (veja vídeo abaixo).
Tite é um bom sujeito, treinador capaz, mas a Copa do Mundo se mostrou grande demais para ele. Duas vezes. Pelo menos como técnico de seleção candidata a título.
Importante: a avaliação de um trabalho não é feita antes de sua conclusão, mas ao final, após as provas realmente sérias, difíceis. E elas quando essa competição afunila.
O técnico teve todas as oportunidades, tempo, jogadores, apoio, paciência. Tanto que perdeu a Copa América em casa para a Argentina e não se cogitou sua saída.
O fato é que Tite fracassou. Na hora da verdade, no momento em que poderia fazer a diferença como arquiteto de um time que se mostrou aquém do que deveria ser.
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