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Sem resultadismo ou passapanismo: ciclo da Copa não apaga os erros de Tite
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O "ciclo" de Copa do Mundo, muleta usada pelos defensores incondicionais de Tite, tem uma prova final: exatamente a Copa do Mundo. Se nela o time joga bem e perde, mostra progressos, caso da Inglaterra; pode-se dizer que foi bom. Quando não apresenta o que pode e perde, foi ruim.
Esse é um raciocínio direto de quem não se abala em absolutamente nada com relação ao resultado da seleção brasileira, simplesmente por não torcer por ela ou qualquer outra. Não tenho a menor necessidade de extravasar, de encontrar culpados ou responsáveis por frustrações, pois ela não me frustra.
Já o malabarismo que se faz para defender o treinador tem sido muito imaginativo. Nele, sobra a criatividade que faltou ao próprio Tite para mudar a forma de jogar de sua equipe, uma das razões da eliminação diante dos croatas. O técnico teve seis anos, duas Copas, e ficou aquém em ambas.
O trabalho teve seus bons momentos, e ruins também, como o fraquíssimo desempenho na Copa América, em especial na decisão, vencida pela Argentina no Maracanã. Mas o objetivo final é a Copa do Mundo, quando o Brasil foi bem apenas no segundo tempo contra a Sérvia, nada mais.
Tite é um bom técnico, mas seu trabalho ficou abaixo do necessário, não só pelo resultado, mas também por causa do desempenho, em especial dele, incapaz de entender o adversário, os pontos fortes, previsíveis, da Croácia. À beira do campo ele não alterou o sistema de jogo, não agiu, não interferiu.
O técnico não deve ser pregado na cruz por isso, tampouco ficar livre da responsabilidade, de seus erros ou deficiências profissionais. E não há como recorrer aos bons momentos da seleção sob seu comando, ignorando a falha na prova final. Isso é o inverso do resultadismo, talvez possa ser chamado de passapanismo.
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