Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Como Messi e Neymar, CR7 aceita o papel de 'ferramenta' no jogo geopolítico
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Na quinta-feira Cristiano Ronaldo estreará no futebol da Arábia Saudita. Um amistoso colocará o combinado das equipes do Al Nassr e do Al Hilal frente a frente com o Paris Saint-Germain, de Messi.
Obviamente isso vai muito além do futebol. Os dois maiores jogadores de futebol dos últimos anos estarão à disposição dos planos alimentados por poderosos homens do Oriente Médio.
O argentino chegou ao time parisiense para reencontrar Neymar antes da Copa do Mundo sediada pelo Qatar, dono do PSG. Agora é CR7 quem se apresenta como embaixador do projeto saudita para 2030.
Para esses ricos jogadores de futebol, pouco importam as polêmicas que envolvem tais países e seus líderes. Ambos passam longe de qualquer preocupação nesse sentido, como se observa.
No ano que vem a Fifa definirá a sede da Copa de 2030, ambicionada pelos sauditas, em parceira com Egito e Grécia. Depois que o pequeno vizinho fez o Mundial de 2022, o desejo aumentou.
A disputa será contra as candidaturas europeia (Espanha, Portugal e Ucrânia) e sul-americana (Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai). E o jogo fica mais pesado por parte dos sauditas, com CR7 no ataque, o símbolo da campanha por 2030.
O Qatar enfrentava várias acusações de violação de direitos humanos. Isso não inibiu grandes jogadores que se prestaram ao papel de garotos-propaganda do país, meras ferramentas em jogo geopolítico.
O mesmo se passa agora. Independentemente das acusações contra Mohammad bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita, filho do rei Salman Abdulaziz Al Saud, também vice-primeiro ministro e ministro da defesa.
MBS, como o chamam, é acusado de diversas formas. Pela interferência militar da Arábia Saudita na Guerra Civil do Iêmen, por exemplo, apontado como responsável pela morte de civis, ataque a zonas de refugiados etc.
Bin Salman também foi acusado de ordenar a morte do jornalista Jamal Khashoggi. Crítico de seu governo, ele escrevia no Washington Post e foi esquartejado em 2018 após entrar na embaixada saudita na Turquia.
A inteligência Estados Unidos responsabiliza o príncipe herdeiro pelo crime. Em relatório, afirma que membros da segurança pessoal de MBS teriam participado da morte, desmembramento e ocultação do cadáver.
Mas nada disso parece importar para o artilheiro português. Da mesma forma, Neymar, Messi e tantos outros parecem dar a mínima para as acusações de violação dos direitos humanos direcionadas ao Qatar do emir Tamim bin Hamad bin Khalifa Al-Thani.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.