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'Pintar' não basta. VP terá de reformar o Fla arriscando Estadual e Recopa
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Ao ser apresentado como técnico do Flamengo, Vitor Pereira disse que não iria, de cara, pintar a casa toda. A metáfora serviu para antecipar que tentaria manter o que de bom herdara do time campeão da Libertadores e da Copa do Brasil, sob o comando de Dorival Júnior.
Mas na realidade não havia muito o que utilizar, como ficou provado nos primeiros jogos de 2023 e, principalmente, no fiasco diante do Al-Hilal. Do trabalho anterior, que já demonstrava esgotamento mesmo em meio às conquistas do ano passado, não há mais o que aproveitar.
A saída de João Gomes não explica totalmente o que se passa. A questão vai além, é mais profunda. O Flamengo precisa desenvolver novo sistema de jogo, urgente. Com isso, jogadores experientes e/ou que estão na história do clube podem, e devem, ter suas posições na equipe titular em risco.
Um exemplo? O Flamengo não tem opções de velocidade, pois o jogador contratado a peso de ouro com tais características não joga, exceto em pedaços das pelejas ou no time B, em 2022. É fato: Everton Cebolinha jamais teve uma sequência minimamente razoável no "11" principal. Deve, e se assim continuar, sem reais chances, seguirá na mesma eternamente.
Mas mudanças que permitam sua entrada na equipe titular obrigatoriamente implicariam em mexer no quarteto. Everton Ribeiro, Arrascaeta, Gabigol e, com a lesão de Bruno Henrique; Pedro, formam o grupo com o qual não se mexe. Mas será preciso mexer. Seja com a ida do camisa 7 para o banco ou mesmo do uruguaio, sim, até que entre em boa forma.
Ir para o banco não significa ficar na reserva para sempre, mas brigar por posição. Trata-se de algo urgente nesse elenco que tem nomes importantes acomodados, na zona de conforto que causa desconforto ao Flamengo.
Da mesma forma é preciso dar um basta na insistência em atletas tecnicamente abaixo do mínimo exigido. Caso de Matheuzinho. Como acreditar em alguém que ficou a temporada inteira na reserva de Rodinei? A aposta errada de VP custou um pênalti com quatro minutos de cotejo no Marrocos.
Na zaga o elenco tem ótimas opções, como Fabrício Bruno e Rodrigo Caio, recuperado de lesão. É inadmissível que David Luiz e Léo Pereira sejam intocáveis em 2023 por conta de boas partidas feitas em 2022. E no meio dessa "reforma" que o treinador precisa executar, há a mais relevante: novas formas de atuar, novos sistemas de jogo.
E como fazer isso meio ao Estadual e Recopa Sul-americana? Utilizando as duas competições como laboratório, colocando as chances de títulos ainda mais em risco do que já estão. Testando, mudando, procurando soluções, não para já, mas mirando o que de mais importante a temporada reserva: Libertadores, Brasileirão e Copa do Brasil. É preciso maturidade e coragem para tanto. A diretoria os terá?
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