Mauro Cezar Pereira

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Empate entre Flu e rival sem goleiro mostra o risco da aposta em mata-mata

O Argentinos Juniors foi muito superior no primeiro tempo no Estádio Diego Armando Maradona. Fez 1 a 0 com Ávalos, que teve chance clara para ampliar a vantagem e parou em Fábio, goleiro que salvaria novamente o Fluminense no último lance antes do intervalo.

Para o time brasileiro saiu barata a vantagem mínima rival na etapa inicial. No segundo tempo os tricolores não sofriam tanto, tampouco ameaçavam mais os mandantes. A partida caminhava para terminar com o mesmo placar, em ritmo até mais morno.

Até que, acidentalmente, Marcelo pisou na perna de Luciano Sánchez: fratura em cena assustadora. O lateral tricolor saiu de campo justamente expulso e visivelmente arrasado. O jogo fica mais favorável ao Argentinos Juniors a 32 minutos do final.

Todo o cenário positivo para a equipe do bairro de La Paternal, em Buenos Aires, mudaria aos 31, quando o goleiro Martin Arias saiu atabalhoadamente da área e derrubou Diogo Barbosa. Expulso, agora são 10 contra 10, tudo reequilibrado, certo?

Errado. Gabriel Milito, o técnico, acabara de utilizar suas três derradeiras substituições. Antes ele já havia sido forçado a troca Ávalos, por lesão, no primeiro tempo, e Sánchez, com a perna quebrada, no segundo. Mudou um trio na última parada um minuto antes do cartão vermelho.

Aquele minuto fez Heredia, atacante, ir para o gol. O improviso definiu o placar no gol de Samuel Xavier, em bom chute, mas defensável, tanto que o "goleiro" chegou a tocar na bola. Um atleta da posição provavelmente faria uma boa defesa.

O Fluminense ainda fez um gol bem anulado por impedimento. Mas poderia ter virado, mesmo jogando mal, se conseguisse finalizar mais vezes nesse bom período contra um time sem um especialista na posição mais específica do futebol.

Uma das lições que esse jogo maluco deixa é como o mata-mata pode ser traiçoeiro. Tudo se modificou em questão de segundos. O placar não traduziu o que jogaram as equipes, mas não podemos dizer que foi injusto ou com erros da arbitragem.

Apostar tudo em competições das quais um time pode ser eliminado por questão de instantes é um risco enorme. E estratégia pouco inteligente para clubes que investem alto e têm elencos fortes que deveriam ser capazes de comandar uma tabela de classificação em pontos corridos. Bem mais seguro para uma temporada da qual não se pretende sair sem título.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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