Clubes mais populares não exploram suas torcidas espalhadas pelo país
Você sabia que 23,6% dos nordestinos torcem pelo Flamengo? E 9,2% pelo Corinthians? O São Paulo soma 5,5%, o Palmeiras, 4,7%, e o Vasco, 3,5%. São números da pesquisa Ipec para o jornal O Globo divulgada no ano passado.
Já a do Instituto AtlasIntel, feita em 2023, mostra o rubro-negros com 27,5% da torcida do Nordeste. O estudo aponta 13,3% de são-paulinos, 9,3% como corintianos e 5,9% formados por vascaínos.
Apenas o Bahia, entre os clubes da região, se infiltra entre os mais bem colocados na lista, com 12,4% - tem 5,9% no Ipec. Fica evidente a popularidade dos times de Rio de Janeiro e São Paulo no Nordeste.
No Centro-Oeste, o mesmo levantamento mostra o Flamengo com incríveis 42,6%, Corinthians 29,3%, Palmeiras 9,2%, São Paulo 4,7% e Vasco 4,3%. Até no Sul, dominado por Grêmio (29,1%) e Internacional (21,4%), o São Paulo tem 11,9%, Corinthians 7,6% e Palmeiras 6%.
Também nos estados do Norte, todos os clubes que aparecem entre os mais bem colocados na pesquisa AtlasIntel são paulistas ou cariocas. Flamengo com 18,7%, Corinthians 16,6%, Vasco 10,1%, São Paulo 9,1% e Palmeiras 5,4%.
O caso rubro-negro no Amazonas é impressionante. Pesquisa do Ipen (Instituto de Pesquisa do Norte) em Manaus feita em setembro mostrou que dos 1.107 entrevistados, 47,9% torcem pelo Flamengo. Mas o time raramente joga por lá.
O mercado interno é muito mal explorado pelos clubes do Sul e Sudeste, com milhões de torcedores espalhados pelo país, mas que dificilmente têm a chance de ver de perto seus times do coração.
O Flamengo vai fazer parte de sua pré-temporada nos Estados Unidos e aproveitará a viagem para realizar escalas em Manaus e Belém. Assim, fará jogos nas duas capitais, na ida e na volta.
Mas ainda é pouco em relação ao que se pode explorar desse mercado carente e ignorado pelos clubes do Rio e de São Paulo, especialmente os cinco que aparecem mais bem colocados nas pesquisas.
Claro, para o futebol desses centros, seria melhor que existissem mais torcedores de clubes locais. Mas a realidade não é essa e ninguém pode obrigar uma pessoa a torcer por esse ou aquele time.
E os que contam com esse apoio mal o aproveitam. Desperdiçam a chance de fidelizar, de aproximar ainda mais desse povo. Territórios mal explorados, mesmo com tantos apaixonados por esses clubes.
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