Fla de Tite exagerou nos cuidados contra um Flu que tenta pautar a imprensa
Tite exagerou. Com dois gols de vantagem no placar agregado e podendo perder por um par de tentos de diferença que ainda assim o Flamengo estaria na final do campeonato carioca, adotou um excessivo pragmatismo. Seu time jogou para não sofrer gol.
Conseguiu, mas deveria buscar a vitória com um apetite minimamente voraz, o que não se viu. Os rubro-negros até fizeram 1 a 0, mas bizarramente o árbitro Wagner Magalhães anulou o gol de Pedro por recomendação do VAR, Rodrigo Nunes de Sá.
Havia tempo para buscar outro, mesmo sem a necessidade para se classificar. Dentro de um raciocínio frio, ok. Mas o Flamengo tem o mais caro elenco da América do Sul e encarava um adversário desfalcado e com uma escalação Frankstein. Respeitou demais.
Já no Fluminense, mais um clássico sem vitória, o 13º seguido, além de ter sido o sétimo Fla-Flu em menos de um ano, todos sem triunfo tricolor. O 0 a 0 marcou o quarto empate no período, com três vitórias do Flamengo, tudo com Fernando Diniz.
Desde os históricos 4 a 1 na final carioca de 2023 contra o mesmo oponente que o campeão da Libertadores não ganha de um rival carioca. Mas André não gostou quando foi perguntado a respeito na entrevista após a peleja, ainda à beira do campo.
Ora, se um time que detém títulos não consegue vencer seus mais tradicionais adversários há 13 partidas, isso é obviamente relevante. Mas o volante acha que jornalistas devem perguntar sobre a trajetória de Diniz no clube, seus feitos, etc.
Todos esses temas já foram exaustivamente abordados, no entanto, os assuntos mudam de acordo com os fatos e as abordagens dos repórteres em consequência. Uma intervenção infeliz do jovem jogador que precisa entender: no patamar dele e do time que defende, cobranças, questionamentos, são inerentes ao trabalho.
Mas o que dizer quando profissionais mais experientes do que André agem da mesma forma? Depois da derrota para a LDU, em Quito, pela Recopa, Felipe Melo perguntou por que os jornalistas não perguntaram o que ele achava que deveriam perguntar.
E Fernando Diniz, mais uma vez, aproveitou a entrevista coletiva após a eliminação para o Flamengo e criticou os críticos. Desfilou sugestões do que, em sua visão, deveria ser abordado pela mídia. Fica a sensação de que todos querem uma inexistente zona de conforto.
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