Defender a sequência do futebol é priorizar a ajuda às vítimas da enchente
Qual o efeito prático da paralisação do Campeonato Brasileiro? De que maneira interromper os jogos ajudaria as pessoas que enfrentam dificuldades na enchente no Rio Grande do Sul?
Perguntas que venho repetindo há dias. Não respondem de forma razoável. Mas não falta quem distorça minhas palavras, invente, minta, gerando ataques a mim por discordar do que defendem. Covardes!
O futebol possui enorme capacidade de mobilização. As partidas que seguem acontecendo pelo Brasil têm sido ferramentas de arrecadação de donativos, do que o povo gaúcho mais necessita.
Interromper a competição seria o mesmo que deixar de lado esse canhão. Abrir mão de seu enorme potencial para continuar divulgando o que se passa no sul, pedindo e conseguindo auxílio.
Na prática, parar o campeonato reduziria a arrecadação de clubes e, consequentemente, sua capacidade de auxiliar. Desmobilizaria as torcidas que estão socorrendo quem necessita.
Seria um belo gesto de solidariedade? Sim. Mas sem efeito prático. E com o caos instalado no Rio Grande do Sul é preciso mais do que gestos, são necessárias ações concretas.
O prejuízo técnico, financeiro, emocional dos clubes gaúchos já está configurado. É inevitável. Não adianta tentarem tapar o sol com a peneira: não haverá isonomia no Brasileirão, infelizmente.
E não haverá porque a catástrofe é mais forte e a competição secundária. Absurdo que se discuta tanto isso e se fale menos sobre políticos e suas decisões envolvendo o meio ambiente.
"O atual governador do estado do Rio Grande do Sul [Eduardo Leite], no primeiro mandato, em 2019, operou o maior desmonte das políticas protetivas do meio ambiente, que foram definidas em nove anos de intensos debates, com diferentes setores da sociedade, que constituiu o Código? pic.twitter.com/ZZmYOJs3JY
-- GloboNews (@GloboNews) May 10, 2024
É possível que em algum momento a CBF tenha que parar o campeonato, caso alguns times tenham 12, 13 jogos, e outros com quatro. Isso não é tão relevante, resolve-se depois.
Por outro lado, no momento a realização das partidas só ajuda o povo que tanto precisa. E isso não é uma opinião, mas uma constatação.
Se alguém me apresentar algo concreto mostrando que sem jogos de futebol pelo país a situação de quem sofre com a enchente vai melhorar, mudo de opinião. Imediatamente!
Até agora isso não aconteceu. Os que discordam apenas xingam, atacam, distorcem o que falei. Até em meio a tamanho desastre, querem alguém para odiar, mesmo sem motivos.
Enquanto isso, os também responsáveis pelo que está acontecendo seguem livres da indignação dessa gente. Por que não estão preocupados com as pessoas, apenas fingem estar. Eles só pensam mesmo nos seus times. Mas quem defende a sequência do futebol realmente pensa na ajuda às pessoas no Rio Grande do Sul.
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